Após uma grande catástrofe no fim do primeiro episódio, Invasão Secreta tem de lidar com suas consequências e levar Nick Fury ao ponto de refletir sobre a situação que ele se encontra. Afinal de contas, como lidar com uma tentativa de dominação alienígena cujos inimigos ele mal sabe o rosto e nem onde já estão estabelecidos? E fazer isso após a morte de uma de suas principais aliadas não será nada simples.
Neste segundo capítulo vemos as peças deste grandioso xadrez se movendo e, sendo muito honesto com vocês, eu gostei muito mais da abordagem nesta semana do que vimos em seu piloto. Diminuir o espetáculo para trazer discussões políticas, mais espionagem e também dilemas pessoais foi um dos maiores acertos e me surpreendeu mais do que eu imaginava.
Ou seja, não espere grandes participações e um amplo teatro para os atores do Universo Cinematográfico Marvel fazerem aparições. Apesar do destaque aqui ser de James Rhodes – o Máquina de Combate – vemos um mergulho ainda maior na cultura e evolução dos Skrulls em nosso planeta e como Nick Fury está intimamente conectado nesta trama. E é o ponto mais importante que temos a debater sobre o T1xE2.
Os Skrulls em Invasão Secreta
Inicialmente mostrados apenas como seres deslocados, os Skrulls em Invasão Secreta têm um objetivo bem claro: exterminar a humanidade e tomar o planeta Terra para si. Afinal de contas, já estamos destruindo uns aos outros e nosso habitat natural. Gravik ganha diversas camadas, mostrando a razão pela qual ele acabou sendo o líder desta revolução e o que está disposto a pagar para sair vitorioso dela.
Indo diretamente para algumas cenas que me intrigaram, está no uso de um dos computadores em seu esconderijo por Gi’ah. Lá vemos que os cientistas alienígenas estão produzindo experimentos para se fortalecerem – o que indica que poderemos ver o Super Skrull surgindo nas telinhas, empolgando todo o público que esperava por vê-lo em ação no MCU. Infelizmente não é em uma produção que envolva o Quarteto Fantástico, mas é o que temos para hoje, certo?
Neste computador vemos dados que envolvem desde o Groot, o vírus Extremis e até mesmo uma Fera de Gelo – aquelas criaturas que apareciam nos primeiros filmes de Thor, uma espécie de tigre que vive em Jotunheim. Por um lado, fico feliz que estejam aproveitando este núcleo de “criaturas mágicas” que existem pela galáxia e consigo imaginar até o que desejam fazer com seu DNA. Por outro, temo que isso volte a ser jogado fora para correrem com algo sem muitas explicações ou especificações.
Outro ponto importante de Invasão Secreta é o surgimento de uma frase que me fez ter esperanças. Gravik é alertado sobre seus planos poderem ser grandes o bastante para alertar os Vingadores, com o próprio afirmando que isso não é uma preocupação e ele já tomou providências. Eu sei, caros leitores, muitos acreditam – até eu – que Rhodes é um Skrull. Porém, e se não for? Não faço ideia de quem suspeitar, Homem-Formiga? Bruce Banner? Gavião Arqueiro? Peter Quill? São muitas questões.
Este clima de suspeitas e de apreensão é exatamente o que a Marvel Studios queria trazer e, neste segundo episódio, acredito que finalmente eles conseguiram. Como Talos afirma, há milhares deles na Terra agora e não há como saber mais quem é um deles ou um de nós. Este debate não levará muito tempo para se revelar, mas o importante é se agarrar ao sentimento de desconfiança – igual tivemos em Wandavision, apesar deste não ter levado seu conteúdo muito longe também.
A situação vai piorar
Outro ponto importante que vimos é que as coisas não se resolverão de forma simples. Acredito que não teremos um “grande conflito” no fim e pronto – o dia será salvo. Gravik pode ser uma ameaça, mas após contaminar até a raiz de nosso planeta, sua tentativa de dominância ecoará pelas demais obras vindouras. Não é de se estranhar que o próximo filme de um herói terrestre, Capitão América, seja chamado de “Admirável Mundo Novo”.
E apesar de curtir ainda mais este episódio de Invasão Secreta do que o primeiro, ainda há pontos de crítica ao que estão fazendo. A reunião entre o vilão e as autoridades disfarçadas, ao menos para mim, foi uma grande conversa insignificante. Não debato os detalhes dela para evitarmos spoilers, mas há uma enorme forçada de barra para estabelecer Gravik como o general que levará os Skrulls para a vitória. E não é que ele seja incapaz ou não imponente o bastante…é pela permissão “fácil” dos demais.
Assim como vemos na espécie humana, nem todos nós buscamos a guerra como o único recurso. Pode ser um debate de alto escalão, mas quem realmente deseja ver um conflito onde os seus amados ou até mesmo você pode perder a vida? Muitos seguiriam este caminho, ainda que haja escolha – mas aí que entra o “porém” – não são todos. E os aliens não são diferentes de nós, vê-los concordando com algo assim em sua maioria é de se estranhar. Ao menos daria pano para um debate ou discussões mais acaloradas, o que não ocorre. Principalmente em um lugar que agora é o “lar” deles também.
O gancho no fim também é impacta e torna as coisas ainda mais turvas. Nick Fury terá de se desdobrar para dar um jeito em uma situação que ele ajudou a criar – junto a Talos e aos demais. Como ele fará, até que nível os Vingadores estão comprometidos com isso e como o mundo responderá a esta ameaça é o tempero que eu precisava para dar uma chance às esperanças que o seriado engrenasse. E acredito que, depois deste capítulo, finalmente isso está ocorrendo.
Invasão Secreta está sendo exibida pela Disney+ todas as quartas-feiras, a partir das 5h. Veja mais em Críticas de Séries!