A IA está sendo usada para detectar o estado emocional de CEOs por parte de investidores e gestores de ativos de empresas.

Esse tipo de análise pode permitir que eles compreendam as emoções e intenções reais dos executivos, conforme relata o Financial Times, e possivelmente determinem seus próximos passos.

Empresas como a Speech Craft Analytics desenvolvem algoritmos de IA usando processamento de linguagem natural, que podem detectar coisas como mudanças na taxa de fala, tom ou volume.

Esses modelos também conseguem identificar “microtremores” impossíveis de serem percebidos pelo ouvido humano, assim como hesitações como “hm” e “é”.

“A ideia é que o áudio captura mais do que apenas o que está no texto”, disse Mike Chen, chefe de pesquisa da Robeco, uma empresa de gestão de ativos que recentemente começou a adicionar análise de discurso de IA às suas estratégias no início deste ano, ao Financial Times. “Mesmo que você tenha uma máquina semântica sofisticada, ela só captura semântica.”

Os executivos também estão percebendo que os investidores estão usando IA para tentar entender o que se passa em suas mentes, o que está tendo uma consequência interessante como resultado.

“Encontramos um valor tremendo nos transcritos”, disse Yin Luo, chefe de pesquisa quantitativa da Wolfe Research, ao FT. “O problema que isso criou para nós e muitos outros é que o sentimento geral está se tornando cada vez mais positivo… porque a administração da empresa sabe que suas mensagens estão sendo analisadas.”

Pior ainda, a tecnologia desenvolvida por empresas como a Robeco tem um ponto fraco. Embora seja boa em comparar os estados emocionais de um determinado executivo, as coisas desmoronam quando uma empresa nomeia um novo CEO.

Há também a questão do viés, que pode ser introduzido pelos desenvolvedores que trabalham nesses algoritmos. Os executivos também podem optar por receber lições sobre como manter uma perspectiva positiva usando sua voz e maneirismos, mas isso exigiria um conjunto de habilidades específicas que nem todo CEO possui.

“Muito poucos de nós são bons em modular nossa voz”, disse David Pope, cientista-chefe de dados da Speech Craft Analytics, ao FT. “É muito mais fácil para nós escolher nossas palavras cuidadosamente. Aprendemos a fazer isso desde muito jovens para evitar encrenca”, acrescentou.

Uma tecnologia notável, mas extremamente bizarra no quesito monitoramento.

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