Quem acompanha as aventuras do Superman nas telonas já se acostumou a ver Lex Luthor como principal antagonista do herói. Mas um vilão clássico dos quadrinhos, o temido Brainiac, segue inédito no cinema, algo que quase mudou com o novo filme dirigido por James Gunn. Em entrevista ao podcast Happy Sad Confused, Gunn contou que considerou seriamente colocar Brainiac como o vilão principal, antes de optar por Lex Luthor, interpretado por Nicholas Hoult, ao lado de Ultraman.
A revelação reacende a esperança de que o icônico vilão cibernético finalmente ganhe seu lugar nas telonas em futuros capítulos do universo DC. Mesmo sem uma sequência confirmada para o novo Superman, protagonizado por David Corenswet, a possibilidade de um confronto com Brainiac parece cada vez mais concreta, e empolgante.
Criado por Otto Binder e Al Plastino em 1958, Brainiac apareceu pela primeira vez na revista Action Comics #242. Originalmente, ele era retratado como um invasor alienígena vindo do planeta Colu, obcecado por coletar o conhecimento de mundos inteiros. Entre suas práticas mais cruéis está a de encolher cidades inteiras e armazená-las em frascos, geralmente depois de destruir completamente os planetas de origem. Uma das tramas mais marcantes envolve a cidade de Kandor, de Krypton, que Superman descobre entre os “troféus” de Brainiac.
O nome do personagem ficou tão associado à genialidade que acabou virando sinônimo de pessoas muito inteligentes, embora, na verdade, o vilão tenha ajudado a popularizar esse uso, e não o contrário.
Ao longo dos anos, Brainiac passou por várias reinvenções. Primeiro um alienígena, depois reimaginado como um androide superavançado por conta de questões legais envolvendo outro produto de nome semelhante. Mais tarde, HQs como Superman: Brainiac, de Geoff Johns e Gary Frank, misturaram as duas versões, transformando-o em um ciborgue de pele esverdeada que comanda drones com aparência de caveiras metálicas.
Nas animações, Brainiac também ganhou novas camadas. Em Superman: The Animated Series, de 1996, ele foi apresentado como uma inteligência artificial kryptoniana que, em vez de salvar o planeta de sua destruição, preferiu preservar apenas a si mesmo e os dados de Krypton, permitindo friamente que tudo se perdesse. Essa versão criou uma rivalidade profunda e pessoal com Superman, que voltou a ser explorada na recente série My Adventures with Superman, com Michael Emerson dando voz ao vilão.
Mesmo sendo um dos vilões mais queridos pelos fãs, Brainiac nunca apareceu de fato nos filmes, o que não significa que não tentaram. Rascunhos iniciais de Superman III incluíam Brainiac como antagonista principal, mas ele acabou substituído por um genérico supercomputador. Da mesma forma, ideias preliminares para uma continuação de O Homem de Aço, de Zack Snyder, também envolviam o vilão, mas o projeto não seguiu adiante.
Uma possível razão para esse sumiço é o excesso de foco nos já consagrados Lex Luthor e General Zod, que dominaram os primeiros filmes graças às atuações marcantes de Gene Hackman e Terence Stamp. Reboots como Superman Returns e Man of Steel continuaram apostando nesses nomes, deixando outros inimigos de lado.
Zod, inclusive, ocupa um espaço que poderia ser de Brainiac: o vilão alienígena com ligações diretas ao passado kryptoniano de Superman. Mas a grande força de Brainiac é justamente unir o intelecto ameaçador de Luthor com o poder físico de Zod, um equilíbrio que o coloca como talvez o adversário mais completo e perigoso que Superman ainda não enfrentou nos cinemas.
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