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Kraft Heinz e General Mills vão retirar corantes artificiais de alimentos e cereais nos EUA

A era do macarrão neon e dos cereais com aquele vermelho nada natural está com os dias contados. As gigantes Kraft Heinz e General Mills anunciaram que vão eliminar todos os corantes artificiais de seus produtos nos Estados Unidos até o fim de 2027.

A decisão, divulgada no dia 17 de junho, veio depois de uma pressão crescente do público e também de um movimento do governo americano pra banir corantes derivados de petróleo, como o Vermelho 40 e o Amarelo 5, que há anos levantam preocupações sobre impactos na saúde, principalmente em crianças.

A General Mills, dona de marcas como Lucky Charms e as coberturas da Betty Crocker, disse que os produtos voltados para escolas estarão livres de corantes já no verão de 2026.

Até 2027, toda a linha vendida nos EUA deve estar reformulada. Segundo a própria empresa, 85% dos seus produtos já são livres de corantes artificiais.

“Essa mudança atinge só uma pequena parte do nosso portfólio escolar, porque hoje quase todos esses itens já são feitos sem corantes certificados. E 85% de todo o nosso portfólio no varejo dos EUA também já não usa mais essas cores artificiais”, informou a empresa.

A Kraft Heinz, que fabrica de tudo, de Kool-Aid a Jell-O e produtos da Oscar Mayer, revelou que cerca de 90% das vendas nos EUA já vêm de produtos sem esses aditivos.

A partir de agora, eles também vão parar de lançar qualquer novo produto que contenha corantes sintéticos e prometem atualizar os itens antigos até o mesmo prazo.

Esse anúncio não veio do nada. Ele acompanha uma pressão maior do próprio governo americano.

Em abril, o secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., junto com a FDA (agência que regula alimentos e remédios nos EUA), avisou que vai trabalhar com a indústria pra eliminar oito corantes derivados de petróleo até o fim de 2026. Esses aditivos ainda são comuns em lanches, cereais e doces infantis.

Ao mesmo tempo, o governo está acelerando a liberação de alternativas naturais, como extratos de beterraba e cenoura, pra facilitar essa transição.

Vale lembrar que essa não é a primeira vez que a General Mills tenta cortar os corantes artificiais. Lá em 2015 eles tentaram, mas acabaram voltando atrás depois de reclamações dos consumidores, que acharam as cores mais apagadas e o sabor um pouco diferente. Só que agora, segundo a própria empresa, o cenário é outro. O público mudou. Cada vez mais pais buscam alimentos com menos aditivos e mais transparência. E a indústria de corantes naturais evoluiu bastante, o que torna a mudança muito mais viável.

A Kraft Heinz, por sua vez, disse que vai adotar uma abordagem mais flexível,  substituindo as cores artificiais sempre que possível e, em alguns casos, até removendo completamente o corante, quando isso não impactar muito a percepção dos consumidores.

Embora as autoridades de saúde sempre tenham defendido que os corantes sintéticos são seguros se consumidos com moderação, estudos publicados em revistas como The Lancet levantaram alertas sobre possíveis ligações entre esses aditivos e problemas de atenção em crianças.

Tanto que alguns estados, como a Califórnia, já adotaram regras mais rígidas, o que colocou mais pressão nas grandes marcas. Agora, com Kraft Heinz e General Mills puxando a fila, fica difícil imaginar que gigantes como PepsiCo e Kellogg’s não acabem seguindo o mesmo caminho em breve.

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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