Tecnologia

Leilão do 5G no Brasil é marcado para 2021, porém requer cautela

Um dos avanços tecnológicos mais comentados e aguardados dos últimos tempos é a tecnologia 5G, que já é realidade em alguns países, mas cujo funcionamento total nas principais metrópoles do mundo não deve acontecer antes de 2025. No Brasil, entretanto, as coisas caminham a passos lentos e uma grande batalha para saber quais empresas estarão envolvidas no processo tomará lugar no que promete ser o maior leilão de 5G já feito, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Esperança: por que o 5G promete tanto?

Leilão do 5G no Brasil é marcado para 2021, porém requer cautela
Leilão do 5G no Brasil é marcado para 2021, porém requer cautela

O 5G nada mais é do que uma resposta às necessidade de soluções cada vez mais rápidas que a globalização impõe. Uma de suas principais promessas é finalmente a sonhada longa duração de bateria, já que o 5G consumiria até menos 90% do que o atual 4G. Tome por exemplo um vídeo baixado pelo Whatsapp, um dos aplicativos de comunicação mais usados no país: concluída a atividade, desligaria-se ou diminuiria-se drasticamente o processamento de dados, economizando energia.

Isso nos leva ao próximo ponto, que é o uso mais eficiente desses dados e, por conseguinte, alta velocidade. Segundo divulgação do IBGE, em 2018 eram 98,1% os brasileiros que utilizavam a internet pelo aparelho móvel. Marcas e empresas estão de olho nesses números e adaptam-se como podem para chegar até esse público, principalmente através de “pontes”. Esse é o caso do app Uber, que começou conectando passageiros a motoristas e, atualmente, agrega os serviços Uber Eats e Uber Bus, além de serviços de entrega expressos.

Outro conector é a plataforma Casinos.pt, que lista portais confiáveis em que as pessoas podem se divertir jogando modalidades de cassino. A plataforma identificou a necessidade de fazer um levantamento sobre os melhores portais de aposta online otimizados para iOS e Android, visando oferecer ao público, de forma fácil e organizada, o que ele procura.

Com o aumento da velocidade pelo 5G, este é um dos setores que mais podem se beneficiar com a crescente demanda para jogos ao vivo combinados ao mobile. Alex Bonte, diretor de operações do grupo de jogos Stilfront, comemora a marca de US$ 100 milhões gerados em 2020 pelo mercado de jogos para móveis: “Isso é uma enorme abertura para empresas como a nossa”, diz.

Mas não são só empresas que alimentam interesse. O governo, também. Em 2018, o TSE disponibilizou seu próprio aplicativo para justificativa de forma simples e em 2020 o E-título registrou mais de 4 milhões de downloads.

Nesse cenário, é de imaginar que o 5G acarretará num maior número de dispositivos conectados por área, entre 50 a 100 vezes maior do que o atual, estendendo-se a outros tipo de aparelhos, como o controle de eletrodomésticos, aparelhos de monitoramento, guichês, etc.

Felizmente, a instalação de infraestruturas para receber o 5G visa torná-lo uma energia mais ecológica e reduzir gastos no futuro. Parece bom, certo? Porém, algumas vezes, quando tudo parece ótimo… chegam os problemas.

O impasse: da tecnologia à política

O tão aguardado leilão que acontecerá em 2021 parece ser a solução para o Brasil, mas algumas questões ainda permeiam o assunto, abrindo espaço para novos cenários quanto à relação entre EUA e China, pois a maior fornecedora de equipamentos de telecomunicações do mundo e no Brasil até então é a chinesa Huawei.

Justificando motivos de segurança nacional, os EUA pressionam o Brasil para não aceitar a presença da multinacional no leilão, deixando o maior país do hemisfério sul numa grande saia justa: de um lado, a possibilidade de empresas americanas desistirem de investir no Brasil por receio de ataques cibernéticos; de outro, um rompimento com sua principal fornecedora que já está no país há mais de 20 anos, é dona de boa parte dos cabos de dados e já havia anunciado em agosto um investimento de US$ 800 milhões em São Paulo. Se interrompida a parceria, o Brasil poderia demorar mais tempo até a implantação do 5G, além de tornar o processo mais caro e gerar demissões, como ocorreu na Austrália quando a Huawei suspendeu operações.

Conclusão: e agora, José?

Ainda não é possível prever o que vai acontecer no leilão que coloca o Brasil no meio de uma briga de gigantes. Até o momento, o comportamento da Huawei é oferecer respostas moderadas, enquanto os EUA prometem acordos atrativos para o setor no Brasil caso sua vontade seja feita.

A nós, meros espectadores, nos resta observar e esperar pelo melhor.


Qual é a sua opinião sobre os possíveis cenários do leilão do 5G no Brasil?


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