Um imenso navio de cruzeiro de 30 metros de altura agora domina a Nanjing West Road, uma das avenidas mais movimentadas de Xangai. A estrutura metálica brilhante, estampada com o icônico monograma da Louis Vuitton, foi revelada no dia 28 de junho de 2025, no complexo HKRI Taikoo Hui. Mas esse não é apenas mais um ponto de venda da grife francesa – é uma verdadeira atração turística que une arquitetura ousada, exposição de arte e uma experiência de compras exclusiva.
Logo ao se aproximar, o público é impactado por uma parte inferior do “casco” que reluz em painéis prateados com o logo da marca, acompanhada de uma faixa vermelha vibrante. As partes superiores, por sua vez, imitam baús da Louis Vuitton empilhados, com alças de couro e costura branca aparente. E na proa da construção, impossível não notar uma enorme âncora em formato de “LV”.
Ao entrar, os visitantes são levados à exposição Visionary Journeys, que ocupa os dois primeiros andares com cerca de 1.200 metros quadrados. Criada pelo arquiteto Shohei Shigematsu, do escritório OMA, a mostra é uma jornada por dez salas que contam, de forma quase cinematográfica, a trajetória da Louis Vuitton. Tudo começa no “Trunkscape”, um arco feito de baús monogramados cercado por cenários digitais de natureza.
Cada ambiente da exposição é como uma página viva da história da marca. A sala “Origins” nos leva até 1859, direto para a oficina de Asnières, onde nasceram os primeiros baús rígidos da Louis Vuitton. “Voyage” mergulha na estética romântica das viagens, com pôsteres antigos e patentes de malas. Já “Sport” mostra baús feitos sob medida para eventos como Fórmula 1, FIFA, Olimpíadas e até equipamentos de esqui e tênis.
Na sala de Perfumes, o visitante percorre uma jornada sensorial que começa com o frasco do Heures d’Absence, de 1927, e vai até os aromas contemporâneos criados por Jacques Cavallier-Belletrud. A sala de Livros homenageia os escritos de Gaston-Louis Vuitton, mencionando leitores ilustres como Ernest Hemingway. E há ainda os espaços “Workshop” e “Testing”, onde artesãos demonstram ao vivo o cuidado em cada detalhe, utilizando ferramentas que, curiosamente, se chamam “Louise” e “Louisette”.
No andar superior está a área comercial, com uma seleção de roupas masculinas e femininas, acessórios e artigos de couro. A personalização é destaque: clientes podem gravar símbolos exclusivos de Xangai, como o horizonte da cidade ou elementos náuticos inspirados no design do prédio, tornando cada compra única.
A experiência termina no terceiro andar, no Le Café Louis Vuitton, onde a culinária francesa se mistura com sabores locais da tradição Haipai. Os chefs Leonardo Zambrino e Zoe Zhou criaram pratos como ravioli monogramados em formato de jiaozi (espécie de pastel oriental) e salada Caesar com toque de yuzu. O ambiente, feito com madeira e iluminação suave, remete a uma cabine vintage de navio, com um terraço externo ideal para relaxar à sombra de guarda-sóis.
Mais do que uma loja, “The Louis” é um verdadeiro passeio de luxo atracado em pleno coração de Xangai.










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