Já alcançando a metade da temporada de Loki, o terceiro episodio da segunda temporada era o momento que muitos esperavam e que foi revelado já em Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania – a apresentação de Victor Timely dentro da trama principal. O episódio teve alguns destaques que discutiremos, mas de longe este é o “evento central” e que provavelmente abalará todas as estruturas nos próximos capítulos – quem sabe, até nas próximas produções.
A ideia é de que Renslayer e a Miss Minutes buscam um “substituto” para Aquele-que-Permanece, já que o Kang foi morto por Sylvie e precisam que alguém volte a comandar a TVA. No entanto, o próprio deixou ordens específicas para a pequena relógio de desenho animado, levando ela e a desertora da organização para o século XIX – onde uma de suas variantes ou antepassado vivia. E lá, mudam o seu destino para todo o sempre.
Em um capítulo cheio de ação e momentos impactantes, temos ali uma grande mudança no roteiro e também uma imagem melhor do que nos espera ao fim desta temporada. É uma visão boa? Não, caros leitores, é puro suco de caos. Porém, se tudo der certo, vemos aqui o nascimento da próxima grande ameaça do MCU e como o seriado Loki se encaixa no meio disso tudo.
O despertar em Loki
Como eu afirmei acima, Victor Timely não é o único destaque em Loki e podemos citar alguns eventos que chamam bastante atenção: os objetivos de Miss Minutes serem expostos, a traição sofrida por Ravonna Renslayer, toda a perseguição que culmina em mais um round entre o protagonista e Sylvie e até mesmo a evolução de escala em todo este cenário que provoca hype e, ao mesmo tempo, curiosidade sobre o que acontecerá dali em diante.
Isso é nítido porque tudo o que acontece tem um “propósito” dentro da produção e não houve um capítulo com mais coisas acontecendo simultaneamente do que este. Sabemos, por exemplo, que a Miss Minutes é tão – ou senão, até mais – perigosa quanto o próprio Kang e fará de tudo para alcançar o seu objetivo de se transformar em uma “pessoa de verdade” (Pinóquio Feelings). A explicação de Victor, que se encaixa perfeitamente no problema que OB e os demais na TVA estão passando com o Tear do Tempo.
O impacto entre os sentimentos do nosso anti-herói favorito e sua variante Sylvie, qual já cansaram de tanto brigar em torno da mesma situação. A aproximação entre Mobius e Renslayer, sem uma grande agressividade e lidando que apenas estão atrás dos mesmos objetivos – por razões distintas. Tudo isso força a narrativa para uma direção, principalmente quando tudo está em jogo e já sabemos o futuro que reserva uma parcela deles nisso tudo. E não é um bom, diga-se de passagem.
A direção deste episódio de Loki foi muito bem-executada, com cortes semelhantes a filmes antigos e todo um cenário/vestimentas que te levam para o espírito daquela época. Nem mesmo a Miss Minutes escapa de uma “repaginação” e isso acaba divertindo ainda mais do que o esperado. A atuação de todos também atinge um nível ainda superior, principalmente de Jonathan Majors. Temos de ser honestos, ele causou muito mais impacto em seu monólogo ali do que em Quantumania.
O único ponto negativo que tenho a acrescentar é que parece que vimos pouco de Tom Hiddleston e Owen Wilson – em prol da narrativa, que desejava abraçar o outro lado da história neste episódio. Não é algo tão preocupante ou gritante quando vimos em Star Wars, que basicamente passam capítulos inteiros sem mostrar o personagem principal. Ainda assim, é um espaço que foi sentido e – por mais que isso seja justificável e adicione ao enredo – acaba entrando no meio de toda a experiência.
Construindo um fio
Eu estive analisando algumas declarações da própria Marvel Studios e comparando com eventos anteriores, me batendo uma grande suspeita de que a segunda temporada de Loki serve principalmente para nos dar uma “história de origem” para Kang – o principal vilão que ameaçará os Vingadores e todas as realidades nos próximos filmes. Posso estar errado e me surpreender no processo, mas Victor Timely me parece a oportunidade perfeita de se fazer isto nas telas.
Thanos não teve isso, se formos analisar bem. Ele explica suas motivações e o que aconteceu em seu passado, mas pouco é visualmente visto sobre o assunto. Ali, claramente vemos Renslayer e Miss Minutes atrapalharem seu desenvolvimento ao interferir na linha do tempo – gerando alguém que busca criar tudo aquilo que viu no guia de Ouroboros, mas que apenas não tinha tecnologia para isso. Algo que terá, dentro da própria TVA, para onde foi levado ao fim do episódio.
Isso tudo se encaixa na narrativa de que não vimos o “principal Kang do MCU”, aquele que botará os Vingadores no chinelo no quinto filme da franquia. Sabemos que existe um exército deles e que teremos uma grande guerra multiversal…mas existe uma versão própria e Aquele-que-Permanece nos alertou disso no último episódio da temporada anterior. Me perdoem se eu estiver “viajando na maionese”, mas há oportunidade mais perfeita do que levar Victor Timely até este cargo?
A Miss Minutes também demonstrou que não poupará esforços em Loki para atingir os seus objetivos, podendo até mesmo tentar passar por cima do grande vilão para isso. Particularmente falando, não acredito que ela representará tanta ameaça assim, mas considerando que ela é uma personagem em desenho animado no meio de vários atores – é diferente este tipo de interação e nos faz pensar na forma como eles a enfrentariam se houvesse um confronto direto.
Era claro que levariam Victor Timely para a TVA para consertar o Tear do Tempo, mas ainda no Episódio 1 vimos que o local entrará em colapso e que ainda tem muito a ser resolvido até chegarmos nisso. Quem sabe se Ouroboros está envolvido nestes planos também? Enfim, só nos resta aguardar por mais um episódio na próxima semana e torcer para que o enredo seja tão bom quanto o visto nesta.
Loki está sendo exibido na Disney+ todas as quintas-feiras, a partir das 22h (horário de Brasília). Veja mais em Críticas de Séries!