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Mario ganha nova série em stop-motion cheia de humor e nostalgia

A Nintendo sempre soube transformar Mario em muito mais do que um personagem de videogame. Ele é quase como um velho amigo que nunca vai embora, e agora retorna em um formato inesperado e encantador: uma série de curtas em stop-motion chamada It’s Me, Mario! Stop Motion Shorts. Os episódios têm cerca de um minuto cada e fazem parte da campanha My Mario, que reúne brinquedos, roupas e até aplicativos voltados para crianças e famílias.

Logo no primeiro episódio, intitulado Mario’s Mustache, a proposta fica clara. A trama é simples, mas cheia de charme: Mario se olha no espelho e tenta domar o bigode rebelde. A cada passada do pente, ele ganha formas diferentes, ora cacheado, ora em zigue-zague, até mesmo lembrando o visual de Wario por alguns segundos. No final, um espirro atrapalha todo o esforço, deixando o bigode enrolado novamente, enquanto ele sai de cena sem perceber nada. É um minuto repleto de calor humano, humor leve e uma estética que remete a um livro infantil bem usado, com texturas de feltro e argila que dão vida ao personagem.

O segundo episódio, Top Hat, traz uma situação igualmente cotidiana, mas embalada pela essência dos jogos de plataforma. Mario procura seu icônico boné vermelho, que está preso em cima de um bloco alto demais. Para alcançar, ele recorre a saltos nas paredes de blocos ao redor, em uma versão física e divertida de sua clássica habilidade nos games. Ele consegue recuperar o boné, mas a vitória dura pouco: após uma comemoração, o chapéu fica preso de novo, e Mario segue sem perceber. É um exemplo perfeito de como o stop-motion traduz para o mundo físico a acrobacia e a ingenuidade que sempre marcaram o personagem.

Já o terceiro episódio, Shell Games, aposta no humor físico inspirado diretamente na franquia. Mario encontra uma Casca Verde e a chuta alegremente, mas logo a brincadeira vira contra ele. A casca rebate em um bloco de moedas e começa a persegui-lo, criando uma sequência de comédia pastelão digna dos games. Ele até tenta se salvar com um belo salto mortal, mas no fim acaba derrubado. O episódio brilha não só pela piada visual, mas também pelo uso dos sons clássicos da série e pela riqueza dos pequenos detalhes, como os acessórios em miniatura e os movimentos ligeiramente trêmulos típicos do stop-motion, que lembram um diorama que dá vontade de segurar nas mãos.

Esses curtas não são apenas uma forma divertida de entreter o público, mas também fazem parte de uma estratégia maior da Nintendo. A campanha My Mario busca aproximar as crianças do personagem de maneira física e lúdica, oferecendo desde blocos de madeira que funcionam também como amiibo até pelúcias e roupas. Os produtos já estão disponíveis nas lojas da Nintendo em Tóquio, Osaka e Kyoto, mas uma seleção global será lançada em 2026, em celebração aos 40 anos de Mario.

A produção ficou a cargo do Dwarf Studios, que já havia conquistado público e crítica com Pokémon Concierge. O estúdio trouxe para It’s Me, Mario! o mesmo cuidado artesanal, em que cada quadro transborda dedicação e um ar feito à mão. Ao invés de apostar em CGI polido e artificial, eles abraçaram justamente as pequenas imperfeições do stop-motion, as costuras visíveis, os movimentos um pouco trêmulos, para criar uma atmosfera calorosa e autêntica.

No fim, a série não funciona apenas como um complemento promocional, mas como uma obra que reimagina Mario em uma linguagem diferente, sem perder o humor e a magia que sempre o acompanharam. Para fãs de longa data e novas gerações, é mais uma prova de que o encanador da Nintendo ainda tem muito fôlego para surpreender em qualquer formato.

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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