Middle-Earth: Shadow of Mordor é até agora a surpresa mais agradável que colocamos as mãos neste ano, falando em games. O título ousa contar uma história original, inspirada na obra de J.R.R. Tolkien, e consegue com muito sucesso prender o jogador do começo até o final.
Há outros jogos inspirados em Tolkien, que acompanharam personagens como Frodo, Legolas, Aragorn e toda a trupe da Sociedade do Anel, mas nenhum deles é realmente bom. Shadow of Mordor é diferente. É um jogo ótimo que merece toda a atenção e vai agradar os fãs de ação e pancadaria.
História empolgante e imersiva
A aventura se passa entre os eventos ocorridos em O Hobbit e O Senhor dos Anéis e coloca o jogador na pele de Talion: um humano que teve sua família morta e, como foi proibido de morrer devido a um ritual de sangue, busca vingança por isso. A partir daí, começa a saga em busca do Mão Negra de Sauron, um dos súditos do lorde das trevas, responsável por toda a desgraça de sua vida.
Ele tem a companhia de um antigo elfo, que é invocado em forma de espírito, que oferece poderes para Talion, o personagem tem papel crucial na história e traz grandes revelações.
Christian Cantamessa, roteirista do excelente Red Dead Redemption, é o responsável pela narrativa de Shadow of Mordor. Novamente ele fez um trabalho primoroso, pois o jogador se vê imerso na história, que mantém mistérios durante todo o jogo e traz surpresas agradáveis.
Uma pena que a narrativa gire em torno apenas de Sauron e Chelebrimbor, dando pouco espaço para outros personagens, como o próprio Talion e o Mão Negra de Sauron, mas para quem acompanha as histórias do universo de Tolkien, é um prato cheio.
A beleza de Mordor em um jogo consistente
Middle-Earth: Shadow of Mordor é um game de mundo aberto onde é possível explorar Mordor quando ainda apresentava vegetação abundante, cenários lindos e cheios de vida – que pouco a pouco foi devastada e coberta pela escuridão, como vemos em O Senhor dos Anéis.
Os ambientes, cenários e gráficos em geral de Shadow of Mordor dão um show à parte. Todas as animações, design das criaturas, personagens, texturas, cenários, ambientes de batalha são muito bem produzidos. Talvez seja o resultado de ter Peter Jackson (diretor das trilogias O Hobbit e O Senhor dos Anéis) ter sido supervisor da produção.
Massacre de orcs na Terra Média
Um ponto alto do jogo é o combate dinâmico, composto por diversas combinações de botões e com importância para os desvios e contra-ataques. Mais ou menos como em jogos como Batman: Arkham Asylum e sequências ou Assassin’s Creed. Com a diferença que a brincadeira aqui é eliminar Uluks. Entre combos e poderes especiais, há finalizações com cenas de brutalidade e um mar de diversão para quem curte batalhas sangrentas.
O principal do game está no massacre de orcs. A ideia é detonar as criaturas, que são muito bem desenhadas e tem personalidades digamos… insanamente interessantes. Para isso, contamos com o sistema Nemesis. Um modo que separa inimigos em classes hierárquicas, sendo que os chefes de guerra estão no topo da cadeia e os capitães lutam entre si para serem promovidos.
Enquanto Talion caminha pelo mundo, é possível encontrar esses orcs do alto escalão e batalhar com eles. Se você morre, ele é promovido e fica mais poderoso. Se você mata, ganha experiência e uma runa para aprimorar as armas. Isso também se estende para o multiplayer, sendo que você pode vingar seus amigos.
Felizmente o game não se torna repetitivo, pois à medida que avançamos na história, o personagem se desenvolve e ganha habilidades mais atrativas e poderosas. Além disso, há missões à parte que garantem uma boa diversão enquanto você fortalece Talion, ganha itens e moedas para comprar novas habilidades.
Talvez o ponto negativo deste game fique para o final. Como vimos um jogo “épico” do começo ao fim, a espera é que o fim da história estaria à altura. Infelizmente, a sequência de término é um pouco frustrante, sendo que poderia abrigar muito mais elementos dignos das produções de Peter Jackson.
A conclusão é que, com tantos pontos positivos, o que este título tem de ruim é insignificante. Temos um jogo belo, dinâmico e consistente. Segue a receita de sucesso de títulos já consagrados, mas traz um tempero a mais que o torna realmente admirável.
Middle-Earth: Shadow of Mordor
- Desenvolvedora: MonolithEditora: Warner Bros.
- Plataformas: PlayStation 4, Xbox One, PlayStation 3, Xbox 360 e PC
- Gênero: Ação
- Data de Lançamento: 30/09/2014