Com ideia de que “é preciso variar se não a vida torna-se monótona e previsível” eu – que nunca fui fã de metal – resolvi encarar e pular junto com mais de 30 mil pessoas no primeiro dia do festival Monsters of Rock.
O evento rolou na Arena Anhembi em São Paulo, no sábado, dia 19 de outubro, onde subiram ao palco bandas como Slipknot, Korn, Limp Bizkit, Killswitch Engage, Hatebreed e Gojira.
Abaixo algumas das coisas que vi e passei durante o evento.
Organização do Monsters of Rock
Nunca entendi o motivo de um estacionamento precisar cobrar R$ 30 de cada carro que fica ali parado por algumas horas. É apenas lucro em cima de quem já pagou mais de R$ 300 para entrar na Arena Anhembi.
Se não bastasse a facada do estacionamento, era proibido entrar com água no evento. O tamanho permitido era apenas uma água de copinho. Todos os outros tamanhos eram jogados diretamente no lixo. E, quando se questionava o motivo, a resposta é que “se dependesse da gente poderia entrar, mas leia ali nas regras”. Outro detalhe é que quando se comprava água no balcão, eles não entregavam a tampinha. O motivo? “São as normas”.
Por que diabos você não pode ficar com a tampinha da sua água? Só consigo imaginar que o motivo gira em torno de lucro, claro. Eles querem que você beba tudo de uma vez e volte para comprar mais. Isso que a água não chegava nem a ter 300 ml e custava R$ 5. Fora o valor das comidas e bebidas: R$ 10 para um cachorro-quente; R$ 8 se o copo da cerveja for comprado no bar e R$ 10 se você quiser comprar de ambulantes no meio da plateia. Dentro do mesmo lugar o preço INFLACIONA.
Bem, deixemos a organização mercenária à parte, vamos aos principais shows.
Limp Bizkit
Vestindo uma camiseta do rapper brasileiro Sabotage, Fred Durst, o simpático vocalista do Limp Bizkit, abriu o show com a música “Thieves”, cover da banda Ministry, e interagiu com a plateia o tempo todo.
Cheio de energia, perguntou para um rapaz encostado na grade o que ele gostaria de ouvir e cantou músicas famosas como “Smells Like Teen Spirit”, do Nirvana, e “Killing in the Name”, do Rage Against the Machine. O grupo ainda tocou ‘Faith”, cover de George Michael, lançada no disco de estreia “Three Dollar Bill, Yall” de 1997.
O guitarrista Wes Borland, que costumeiramente se veste de forma excêntrica para os shows, desta vez, estava pintado de prata e azul, com um capacete e bracelete cheio de leds brilhantes – da mesma maneira quando ele tocou com o Crystal Method no evento de abertura do campeonato do League of Legends.
O show do Limp Bizkit é extremamente animado e realmente faz toda a galera sair do chão, hora com pulos, hora realizando passos de dança ao estilo “rap-nu-metal”.
Korn
Particularmente, achei o show do Korn chato demais. Era notável que a banda tem muitos fãs e a galera enlouqueceu com as primeiras músicas. Quem estava no meio da plateia, mesmo que não quisesse, era obrigado a pular para conseguir se manter em pé. Mas, passadas as duas primeiras músicas, o show esfriou e ficou monótono. Ninguém mais pulava, nem cantava. O repertório escolhido, cheio de músicas novas, deixou a plateia estática.
Outra coisa chata é que o vocalista Jonathan Davis — que estava sem o seu icônico microfone alien, diga-se de passagem — nem interagiu com a galera. Só cantou, sacudiu seu cabelo ensebado e reclamou falando que “não veio de tão longe para ouvir poucos gritos”. Entre as faixas do repertório estavam “Twist”, “Falling Away From Me”, “The Paradigm Shift”, “Prey for me”, “Never Never” e “Love & Meth”.
Pode ser que você me odeie, mas tenho que dizer que achei o show do Korn bastante dispensável.
Slipknot
Já haviam me dito que o show do Slipknot fazia o melhor show de todos. O mais animado. O mais performático. O que mais faz você pular. E, OMFGOD, é realmente tudo isso. Mesmo depois de várias horas em pé, você não consegue ficar parado. O show é eufórico, quase alucinante.
O vocalista Corey Taylor é uma simpatia. Falou várias vezes que adora tocar no Brasil. Que o clima da América de Sul é super empolgante. Que se sentia agradecido pelas pessoas cantarem as suas músicas. Taylor e banda de mascarados tem pique o suficiente para contagiar todo o público por horas e horas. Rolou até uma espécie de pulo coletivo, durante a música “Spit it Out”, em que todos se abaixaram e pularam ao mesmo tempo. Depois desta noite, Slipknot com certeza ganhou o meu coração.
Resultado final
Confesso que eu fiquei apreensiva ao achar que o som poderia ser um tormento aos meus ouvidos. Mas cheguei à conclusão que ouvir um som pesado é tipo começar a comer comida japonesa ou a tomar cerveja. É esquisito e até ruim no começo, mas se você insiste, você se acostuma. E quando você entende, você percebe quanta energia há ali e vai embora junto com os riffs de guitarra.
Gostei muito de ter tido essa experiência. Acho importante quando nos dispomos a sair da nossa zona de conforto e tentar buscar coisas novas. Na pior das hipóteses, a experiência sempre traz conhecimento. Para o bem ou para o mal.
boa comparação do início de escutar metal com a breja 🙂 e sim, o show do korn foi triste, comentei com a namorada quando ele disse que "não havia viajado de tão longe para encontrar o público assim". ele se ferrou, pois quando o derick green e andreas kisser entraram, o povo ficou doido!
Pois é. Os caras escolheram um setlist muito nada ver. Tinha uma porrada de músicas melhores pra colocar no show. Tocaram um monte de coisa desconhecida. Hahaha certeza. Melhor seria o Sepultura inteiro no lugar deles. Ou o Hellyeah, que cancelou. Pena.
[…] A última apresentação do músico com o Slipknot foi no Brasil, durante o Monsters of Rock, que aconteceu em 19 de outubro. Festival inclusive que nossa editora Paula Romano finalmente descobriu porque o metal é um som tão adorado. […]
Guaranteed Payday Loans No Credit Check
Guaranteed Approval Payday Loan