Após ganhar o coração de uma legião inteira de fãs, Ms.Marvel chega ao seu segundo episódio com uma dose adicional de carisma e que firma o seriado entre um dos queridinhos do MCU. Por mais que a história seja adolescente e os problemas de Kamala Khan pareçam algo superficial demais para certa parcela do público, toda a trama traz personagens extremamente interessantes e que estão se movendo de forma independente aos poderes de nossa heroína.
O que eu quero dizer com isso? Finalmente temos vida no Universo Cinematográfico Marvel, em seu estado mais puro e simples. Bruno está em dúvidas sobre seguir ou não para uma escola que potencialize suas habilidades técnicas. Nakia quer dar um toque jovem na mesquita onde frequenta e decide concorrer às eleições do local. Seus pais, irmãos e todos os demais também se movem extremamente alheios aos eventos que temos com a protagonista.
E a melhor parte, ao menos ao meu ver, é que isso não prejudica em nada toda a trama e nem a principal estrela do show. Tudo ali é de uma simpatia inigualável e nos faz crer que aquela realidade pulsa como jamais vimos antes, seja em filmes ou em outras séries. Antes tudo se resumia aos eventos apresentados e consequências do que os heróis faziam em tela. O elenco de apoio ficava como “refém” de suas situações. Porém, isso não rola com Kamala e seus diversos personagens e é aí que se esconde o mais puro brilho dali.
O apoio da Ms.Marvel
No segundo episódio, além dela começar a se descobrir como Ms.Marvel, também surge o seu primeiro crush dentro da escola: Kamran. Em termos diretos, o boy é tudo que ela sempre sonhou e quis, sem falar na compatibilidade de gostos em comum que ambos carregam. Com o romance no ar e habilidades a serem desvendadas, ela terá de se equilibrar de algum modo para fazer com que tudo dê certo. Se a sua adolescência não foi fácil, cola aqui que as confusões dela farão suas memórias serem fichinha perto do que rola no seriado.
Ainda que tenhamos uma apresentação mais sólida de suas habilidades, um aprofundamento em sua relação familiar e até na religião que seguem, é inegável que o que se destaca é o nível de atuação de todo o restante do elenco. A cara feia de ciúmes de Matt Lintz, interpretando Bruno, é impagável e renderá umas risadas em seus melhores momentos. Qualquer um que se apaixonou por alguém e não teve coragem de contar já fez aquilo e o nível de identificação é instantâneo. Porém, o mais legal é que ele sabe separar este lado romântico da amizade, estando ao lado dela nos momentos mais necessários.
Além disso, chegou a hora de Yasmeen Fletcher brilhar. Interpretando Nakia, ela teve pouco espaço ainda no primeiro capítulo, mas nesse as coisas foram um pouco diferentes e realmente temos uma melhor amiga digna da Kamala. E não digo apenas de fazer graça ou ter um conjunto de frases aqui e ali. Ela realmente serve como apoio emocional e vemos cenas excelentes de ambas em conjunto. Se Peter Parker tem Ned e Scott Lang está ao lado de Luis, Nakia exerce este papel com grandiosidade nesta série.
E não há palavras para descrever Iman Vellani no papel de Ms.Marvel. Inclusive, temos uma verdadeira performance musical da personagem durante o capítulo e, perdão Gavião Arqueiro, essa superou de longe. Também foi muito bom ver um pouco mais do relacionamento dela com o irmão e a família, qual ganharam um aprofundamento bem importante. Se considerarmos que os braceletes dela são uma herança de sua avó, estas explicações são extremamente necessárias e abrem um leque ainda maior para o que veremos no futuro.
Sem decepções
Como os poderes da heroína só apareceram ao final do episódio 1, também temos uma grande sequência que mostra ela aprendendo como usar suas habilidades e até seu uso em ação. Porém, o que mais chama a atenção não é nem isso, mas sim algumas explicações oferecidas no decorrer da sua exibição. Nela, dois pontos foram levantados: o poder não vem do bracelete, ele está no DNA de sua família. Se este é um aceno para os Inumanos no MCU, acredito que não seja uma coincidência termos visto o Raio Negro em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura.
Outra referência muito importante é durante o bazar que os personagens seguem próximo ao fim do episódio. Quando estão determinando alguns perfis da comunidade islâmica presente lá, é dito em alto e bom som o termo “Illuminatias”. Melhor dizendo, as “Tias Illuminati”. Pode ter sido uma grande brincadeira, considerando que a cena envolvia muito humor. Porém, o nome está ali sendo usado. É de conhecimento público, pelo visto. Será que uma ordem de heróis surgiu fora das câmeras e vão explorar isso em alguma outra produção? Ou algo vazou também da turma do Doutor Estranho?
De qualquer forma, também temos um vislumbre do passado e que indica que Ms.Marvel é descendente de uma linhagem que carrega os determinados poderes. Onde isso leva a personagem, não há como confirmar. Sabemos que ela será uma das estrelas de The Marvels, porém uma conexão entre os dois mundos ainda não foi firmada. E vou ser sincero, nem precisa por enquanto.
Com uma identidade própria e muito carisma, prefiro seguir a história da forma como está e desvendando os segredos por trás de seus poderes até chegarmos num verdadeiro laço com o restante do MCU. Se tem algo que a equipe de roteiristas e de produção está acertando é trazer ele como background, mas contando uma saga própria daquela personagem. E mexer em time que está ganhando dificilmente apresenta o mesmo resultado.
Os episódios de Ms.Marvel estão sendo disponibilizados todas as quartas-feiras a partir das 5h, através da Disney+ . Veja mais Críticas de Séries!