Você sabe para onde vão os animais que não são vendidos no pet-shop? Eu não sabia e perguntei ao atendente da loja para onde iria uma linda gata cinza, da raça bengal (como a da foto acima), caso não fosse vendida. Antes de explicar, ele me disse que essa gata “seria difícil de vender” e que o seu preço “já havia sido diminuído em R$ 1 mil”. O animal custava 3 mil reais.
A raça bengal, ou gato-de-bengala, é a mistura do gato-leopardo asiático cruzado com um gato doméstico. Como você então pode imaginar, é um gato de porte grande, pode chegar a pesar até nove quilos e tem uma estrutura óssea forte e personalidade arisca por conta dos resquícios selvagens. Animais da raça podem ser domesticados, mas com a certeza absoluta de que destruirá o seu sofá. Ou seja, salvo algumas exceções, é ideal para ficar em lugares amplos e abertos.
O rapaz do pet-shop disse que a gata cinza (ou snow, como também é conhecida) era bastante arisca e não gostava de carinho. Quando colocava a mão nela ela já vinha brincar de morder e arranhar. Então ele explicou que, caso a gata não seja vendida até os seis/sete meses de vida, ela volta para o seu criador original e é cuidada com outras gatas órfãs.
A comercialização de animais é nazista, adote!
O que me deixou mais indignada foi como essa comercialização de animais é nazista. Sim, porque a ideia de comprar pedigree é ter o animal mais “bem cotado” da sua espécie. Tem coisa mais nazista que usar critérios raciais como determinante para a sua escolha do seu bichinho?
Quando eu disse ao atendente que achava o erro do mundo essa comercialização descarada, ele me respondeu com um “é um mercado cruel”. Até o atendente do pet-shop sabe que é um mercado cruel. Tão cruel que existe a venda de animais até no Mercado Livre. Por que raios então ainda existe gente comprando cachorro, gato e etc.?
É triste pensar que tudo tem que ser comprado, e tem que ser caro, com marca, com pedigree. Aliás, muita gente nem sabe, mas uma raça com pedigree nada mais é que o cruzamento de uma mesma espécie várias vezes para que as características daqueles genes se multipliquem e, consequentemente, gerem mais dinheiro para o criador.
“Quando consideramos geneticamente, o conceito de raças não faz sentido. O que existe são grupos de animais cruzados seguidamente entre si para expressar determinadas características que lhes confere visível semelhança, e algumas vezes a propensão à determinada índole. Mas é só. Exceto por uma acentuada aparência externa, nada distingue uma raça de outra”, explicou o biólogo Sérgio Greif, em seu blog.
Nunca se deve generalizar, é claro. Mas a verdade é que só existe esse comércio enriquecido porque as pessoas não se informam e compram. Por que a adoção não é a primeira opção? Quando penso na possibilidade de cuidar de um bichinho, a primeira ideia que me vem é dar e receber amor de um ser vivo. O bicho não é um troféu e nem um produto para ser parcelado em seis vezes sem juros.
Este é mais um problema ocasionado pelo capitalismo. Na qual tudo o que vem das grandes “grifes” e empresas é considerado bom. E o povo aqui “embaixo” apenas aceita entregando o dinheiro e dando tchauzinho. Seja legal, não compre animal!
Confira alguns sites para adoção:
http://www.pedigreeadotaretudodebom.com.br/
http://adoteumgatinho.uol.com.br/
http://adotacao.blogspot.com.br/
http://www.clubedosviralatas.org.br/
http://www.acaochego.org/