Apesar do próprio órgão de fiscalização da NASA ter alertado que os vazamentos na antiga Estação Espacial Internacional (ISS) são uma “preocupação de segurança significativa”, a agência espacial parece não estar muito preocupada.

Como relatado pelo Washington Post, tanto um porta-voz da NASA quanto seu administrador associado minimizaram a gravidade das rachaduras e vazamentos na parte russa da ISS, algo destacado em um novo relatório do inspetor geral da agência.

O relatório indicou que havia rachaduras e vazamentos de ar em uma parte do túnel que leva ao segmento russo da estação espacial, e que esses problemas estão se agravando, com uma maior perda de ar.

Ao comentar sobre o relatório, o administrador associado da NASA, James Free, afirmou que o problema foi comunicado aos colegas russos, mas sem esclarecer se alguma ação concreta está sendo tomada.

“Nós expressamos a seriedade dos vazamentos várias vezes”, disse Free ao jornal, “inclusive quando estive na Rússia no início deste ano.”

Ele acrescentou que a NASA pediu à Roscosmos, a agência espacial russa, “para minimizar o tempo em que a escotilha permanece aberta”, e que a Roscosmos tem cumprido essa solicitação, fechando a escotilha à noite como parte de um acordo.

No entanto, essa resposta aparentemente não acalmou as preocupações. Em julho, a NASA silenciosamente concedeu um contrato de US$ 266 mil à SpaceX para desenvolver ideias de evacuação para astronautas americanos que viajam à ISS em foguetes Soyuz russos, como parte de um plano de contingência relacionado aos vazamentos.

Até o momento, não está claro o que causou os vazamentos no lado russo da ISS, mas parece que eles estão sendo corrigidos conforme necessário.

“Roscosmos aplicou selante em muitas dessas áreas, o que reduziu a taxa de vazamento”, afirmou Kathryn Hambleton, porta-voz da NASA, ao Washington Post.

A Roscosmos identificou cerca de 50 “áreas de preocupação” e continua avaliando e aplicando selante e reparos conforme necessário. Hambleton também observou que essas áreas problemáticas não foram “confirmadas como rachaduras”, podendo ser apenas “imperfeições benignas”, como pequenos arranhões.

Com a ISS já operando dez anos além de sua vida útil planejada, sua sobrevivência até o limite estabelecido pela NASA de 2031 dependerá de avaliações de risco atualizadas e do “apoio contínuo” de seus parceiros internacionais — com ênfase na Rússia.

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