O queijo acaba de ganhar uma nova utilidade além da culinária: agora, ele também embala a si mesmo. Em um projeto conceitual desenvolvido em parceria com a agência Ogilvy Colômbia, a Nestlé apresentou um queijo que vem em uma embalagem feita de queijo, mais precisamente soro do leite, um subproduto normalmente descartado no processo de fabricação de laticínios.
Batizado de Self-Packing Cheese, ou “queijo autoembalado”, o projeto transforma o soro em um biopolímero conhecido como PHA (polihidroxialcanoato), que se parece com plástico, mas se decompõe naturalmente em menos de um ano — cerca de 300 dias. O material mantém o queijo fresco e seguro, mas com impacto ambiental muito menor em comparação às embalagens convencionais.

A novidade já foi testada com a linha de queijos ¡Qué Rico!, da Nestlé Panamá, e a meta é produzir 5.500 toneladas desse novo tipo de embalagem. O material cumpre os padrões internacionais de segurança alimentar, garantindo que o sabor e a qualidade do produto não sejam afetados.
O projeto é fruto do Impact Lab da Ogilvy Colômbia, que uniu inovação, sustentabilidade e criatividade para propor uma solução viável em um setor que historicamente depende de plásticos descartáveis. Além de reaproveitar um resíduo comum da indústria de laticínios, a iniciativa abre espaço para repensar como outros segmentos podem transformar seus próprios desperdícios em algo útil.

Ao dar um novo propósito ao soro do leite, a Nestlé mostra que a sustentabilidade pode, literalmente, vir embrulhada no próprio produto. E mais do que isso: levanta a questão sobre que outras indústrias poderiam seguir esse mesmo caminho.
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