Nicolas Cage tem um prático aviso para atores sobre IA. Durante o 25º Newport Beach Film Festival, no último domingo, a estrela de “Longlegs” alertou os novos talentos a não permitirem que suas performances sejam manipuladas por IA para criar “réplicas digitais baseadas em emprego” (EBDRs). Ele destacou que mesmo os termos limitados oferecidos pelas novas proteções contra essa tecnologia não devem ser aceitos.

Cage explicou que essa nova tecnologia é algo que ele não precisou enfrentar nos seus 42 anos de carreira, mas que agora está em cena. Ele se referiu aos EBDRs, dizendo: “Essa tecnologia quer tomar o seu instrumento. Nós, como atores de cinema, somos os instrumentos. Não estamos escondidos atrás de guitarras e baterias.”

Os EBDRs são uma das duas formas de réplicas digitais incluídas no acordo revolucionário entre atores e estúdios de cinema, alcançado após o término da greve de roteiristas e atores no ano passado. Enquanto as “réplicas digitais criadas independentemente” permitem a criação de clones completos de um ator, potencialmente gerados por IA, sem sua participação, os EBDRs são utilizados com o envolvimento físico do ator para um projeto específico, como a aplicação de IA para rejuvenescer o rosto de um ator.

No entanto, Cage acredita que até mesmo esse uso limitado entrega muito controle aos estúdios.

“Os estúdios querem isso para que possam mudar seu rosto após as filmagens – eles podem alterar sua voz, suas falas, sua linguagem corporal, sua performance”, alertou ele.

Diante dessa ameaça, Cage propôs uma nova postura para os atores seguirem:

“Se um estúdio pedir para você assinar um contrato permitindo o uso de EBDR na sua performance, eu peço que você pense no que estou chamando de MVMFMBMI: minha voz, meu rosto, meu corpo, minha imaginação — minha performance, em resposta.” Ele concluiu: “Proteja seu instrumento.”

Cage, conhecido por sua prática do estilo Nouveau Shamanic e Western Kabuki, fala com base em sua própria experiência.

Em uma entrevista de 2023 para o Yahoo Entertainment, ele descreveu a IA como um “pesadelo” e “desumana”, lamentando sua breve aparição como Superman no filme “The Flash”. Ele explicou que a cena final foi muito diferente do que ele realmente filmou, devido à manipulação digital.

Em geral, Cage tem refletido muito sobre as implicações da IA. Em entrevista à The New Yorker, em julho, ele expressou seu temor sobre o impacto dessa tecnologia nos artistas e em seu legado.

“O que vocês vão fazer com meu corpo e meu rosto quando eu estiver morto? Não quero que façam nada!” declarou ele.

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