nostalgia
Arte por: deimos-remus.deviantart.com

A Nostalgia faz parte de quem somos. É comum sentir saudades de épocas passadas, idealizando o que foi vivido e tornando-o até maior do que realmente foi. É assim com nossos pais, avós, e até nós (no meu caso, uma pessoa na casa dos vinte anos). Basta uma olhada nas últimas tendências, onde vemos o cenário vintage poderoso, seja na moda, estética, design… e a indústria cultural resolveu utilizar isso ultimamente.

A nostalgia move a geração

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Remakes, reboots e sequências são comuns no entretenimento, mas nos últimos anos nós tivemos um aumento bem grande nessa estratégia para trazer um público para consumir seu produto. Os anos 80 e 90 voltaram com tudo! Nós já tivemos remakes de Robocop (2014) e O Vingador do Futuro (2012), e neste ano ressuscitamos as sagas Jurassic Park (com Jurassic World), Exterminador do Futuro (com Genysis) e Mad Max (Estrada da Fúria). E ainda temos Star Wars, o ápice da nostalgia nos cinemas, para fechar o ano.

A lista ainda é grande, temos novos animes de Cavaleiros do Zodíaco (e um fraco filme), Dragon Ball Z (com novos filmes e um anime), Digimon (Tri), Yu Gi Oh (o de raíz, com Yugi, Kaiba e amigos), todos com a intenção de resgatar um público que aprendeu a amar certos produtos e personagens quando era mais jovem.

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É interessante ver como essa manobra funciona em números. Isso porque as pessoas não querem simplesmente ver sua infância na tela, elas querem ver uma idealização disso. Queremos coisas de qualidade, que remetam ao que nós guardamos em nossas cabeças, o que faz com que algumas dessas tentativas de retorno não funcionem muito bem em alguns casos, como o de Genysis e Pixels, recentemente. Além disso, as homenagens devem estar presentes, como no caso de Jurassic World, que deixou sua história em segundo plano para que houvesse maior espaço para referências ao primeiro filme da franquia. Acima de bons produtos, nós queremos bons produtos que aqueçam nossos corações e reacendam a memória afetiva.

A indústria segue o público

O consumo na TV, literatura ou quadrinhos parece bom, pelo menos de uma visão um tanto exterior – como fã de alguns desses animes, fico feliz em vê-los de volta -, mas no cinema há alguma confusão. Há uma reclamação de que a indústria cinematográfica perdeu a criatividade, passando a fazer apenas filmes de herói e refilmagens. Muitos bradam por originalidade, especialmente a crítica e uma parcela de pessoas que trabalham nos próprios filmes (como vimos no Oscar este ano). Acho isso um gasto de energia.

A indústria vai trabalhar pelo lucro, pelo que o público consome, e, como vimos através deste texto, o público quer ver suas memórias sendo trazidas para as telas de novo. As pessoas querem um novo Os Goonies, novos Star Wars (sim, por favor), novos dinossauros, mais Indiana Jones, mais Blade Runner e Alien, e, se reclamar, vão pedir ainda mais. Isso não é ruim. Blockbusters são para o grande público, e é isso que eles querem. A indústria reflete o público.

É original? Não. Mas é apenas uma fase pela qual passamos, uma moda que, querendo ou não, vai passar, assim como tantas outras pelas quais já passamos (filmes de gânster, besteiróis, fantasias…) ou estamos passando (distopias). As ideias originais vão continuar vindo, e uma hora vão saltar aos olhos de um público que, saciado de suas antigas memórias, vai querer criar novas. É só esperar e continuar consumindo os originais que saem ao longo do ano (que não são poucos), e, enquanto isso, não faz mal entrar na onda da nostalgia, não é?

Autor: Guilherme Souza

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