Depois de meses de expectativa, o Coringa do Absolute Universe finalmente saiu das sombras. Ele havia dado as caras no fim de Absolute Batman #1, mas sempre como uma presença distante e inquietante. Agora, em Absolute Batman #15, a DC entrega não só sua forma real e monstruosa, como também uma nova origem do Coringa, das mais perturbadoras que já apareceram nessa linha.
A edição é narrada como um relatório de Alfred para Bruce, mas nada ali segue um caminho direto. Primeiro, somos levados pela versão “oficial” da história do vilão. Em seguida, descobrimos aquilo que Alfred acredita ser a verdade. Essas camadas acontecem enquanto acompanhamos o Coringa em uma espécie de caçada em uma de suas ilhas particulares. A história pública diz que ele seria Jack Grimm V, herdeiro de uma família que enriqueceu desde o bisavô, um artista de rua que virou magnata e fundou a J.K. Holdings, um império de mídia supostamente comprometido com filantropia. Só que, como era de se esperar, essa fachada não se sustenta por muito tempo.

Bruce pressiona Alfred por mais detalhes e é aí que a versão sombria aparece. A família Grimm, ao contrário da imagem de benevolência construída ao longo de gerações, teria lucrado manipulando todos os lados de todos os conflitos possíveis. A empresa financiou tanto grupos de direita quanto de esquerda, tanto defensores da paz quanto agentes da guerra. E, de forma ainda mais perturbadora, teria apoiado os Aliados e o Eixo durante a Segunda Guerra. A lógica sempre foi simples: quanto mais caos, mais dinheiro. Isso colocaria Jack Grimm V, quase um trilionário, como um dos vilões mais influentes do planeta.
Mas a revelação mais gelada ainda estava por vir. Alfred admite acreditar que a família Grimm nunca existiu. Segundo ele, sempre houve apenas um único Jack Grimm desde o começo, uma criatura que parece atravessar gerações sem envelhecer. Não está claro se isso é fruto de ciência, magia ou algo ainda pior. A suspeita se confirma enquanto vemos Jack caçar Harvey Harris na ilha, um homem que investigava desaparecimentos ligados aos Grimm e se tornou a caça da vez. Jack se transforma diante dele em um monstro com dentes afiados, revelando que sua verdadeira forma está longe do humano.

Esse novo Coringa já tinha deixado claro que não se tratava de um vilão comum. Uma aparição anterior insinuava que ele estaria drenando sangue de bebês para se manter vivo, o que já deixava claro o tom sombrio dessa versão. Agora, com a confirmação de que ele pode ser imortal e responsável por atrocidades globais, o personagem ultrapassa o campo do terror típico de quadrinhos e entra em algo mais profundo e desconfortável.
A edição ainda aponta para um paralelo curioso entre Coringa e Batman. Jack Grimm vive praticamente a mesma vida que Bruce Wayne: mansão, mordomo, até uma entrada secreta para uma caverna escondida atrás de um relógio marcando uma hora exata. Isso cria uma provocação direta à ideia central do Batman. Sempre houve um debate sobre como Bruce, sendo bilionário, faz parte dos mesmos sistemas que geram os problemas que ele combate. No Absolute Universe, o Coringa expõe esse contraste de forma brutal, mostrando o que acontece quando alguém com recursos semelhantes usa o poder só para moldar o mundo ao seu favor.
O resultado é uma das versões mais assustadoras do Coringa já criadas. Ele não é só uma ameaça para Gotham, mas para o planeta inteiro. E essa sensação de que ninguém no Absolute Universe está realmente seguro torna essa nova origem ainda mais impactante.
Absolute Batman #15 já está à venda nos EUA.
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