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O acessório esquecido do SEGA Game Gear que transformava o console em uma TV de bolso

Em 1991, a SEGA não queria apenas competir com o Game Boy da Nintendo, queria inovar. E uma de suas ousadias foi o SEGA Game Gear TV Tuner, um acessório que transformava o portátil em uma minitelevisão capaz de sintonizar canais abertos. Hoje, mais de três décadas depois, o dispositivo é um símbolo de uma era analógica cheia de criatividade, e algumas limitações técnicas.

O TV Tuner era encaixado na entrada de cartucho do Game Gear como um jogo comum. Com design compacto e uma antena telescópica, ele permitia que jogadores assistissem à programação de VHF e UHF diretamente na tela colorida de 3,2 polegadas do portátil. Havia ainda uma entrada de áudio e vídeo de 3,5 mm, que permitia conectar videocassetes ou filmadoras, ampliando seu uso como monitor portátil.

O acessório foi lançado em versões específicas para diferentes regiões: NTSC no Japão e EUA, PAL no Reino Unido e Europa, com preços que variavam de US$ 49,99 nos Estados Unidos a £ 74,99 na Inglaterra. A França, que usava o sistema SECAM, ficou de fora.

Funcionava? Sim, mas com ressalvas. A qualidade da imagem era rudimentar, afinal, a tela tinha apenas 160×144 pixels, e o consumo de bateria, que já era alto para jogar, tornava-se ainda mais intenso. Enquanto o Game Gear consumia seis pilhas AA em poucas horas, com o TV Tuner ligado, a duração caía para meros 15 a 20 minutos.

Com a transição global do sinal analógico para o digital a partir dos anos 2000, o acessório perdeu sua função original. Nos EUA, por exemplo, as transmissões analógicas foram desligadas em 2009, tornando o Tuner obsoleto para TV ao vivo. Mesmo assim, a entrada AV manteve seu valor entre colecionadores e entusiastas de tecnologia retrô.

A SEGA não foi a única a tentar a ideia. O TurboExpress, da NEC, teve um acessório similar chamado TurboVision, e até o Game Boy Advance e o Nintendo DS receberam adaptadores não oficiais de TV anos depois.

Hoje, o Game Gear TV Tuner é mais do que uma relíquia; é um testemunho de uma época em que portabilidade e inovação andavam juntas, mesmo que a tecnologia ainda não estivesse totalmente pronta. Para colecionadores, ele representa um pedaço raro e nostálgico da história dos games.

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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