Corpos negros carregam em si um Cosmos particular no ensaio Infinite Essence, do fotógrafo nigeriano-sueco Mikael Owunna.
Os modelos são amigos e familiares do fotógrafo, dançarinos e pessoas que ele conheceu no Instagram. Seus corpos nus são pintados com tintas fluorescentes e iluminados com filtro UV. O fundo preto contrasta a explosão de cores que os tornam figuras celestes.
O nome do projeto leva um tanto de sua herança igbo. “Todos os nossos espíritos individuais são apenas um raio da essência infinita do Sol”, ele explica.
O trabalho de Mikael envolve muita catarse e poesia. Nos últimos dois anos ele tem se dedicado a transformar a visão de pessoas negras sobre seus próprios corpos e identidades.
“Ao transcender o espectro visível, eu trabalho para iluminar um mundo além de nossas estruturas visíveis de racismo, sexismo, homofobia e transfobia, onde o corpo negro é livre”, ele disse ao This Is Colossal.
Há no resultado de cada foto uma profunda transformação em relação à autoimagem de cada um, que envolve empoderamento e aceitação.
O fotógrafo conta que os envolvidos muitas vezes se emocionam quando se veem nos retratos. “Todo negro merece se ver dessa forma”, disseram a ele.
“Eu odiei meu corpo durante toda a minha vida, mas – por um momento glorioso – essa foto me fez sentir bem com ele“, uma mulher de 60 anos confessou.
O trabalho anterior de Mikael refletia a luta que ele teve com a própria imagem corporal e em assumir sua identidade como gay africano.
Infinite Essence, o mais recente, estende este processo com os modelos e com quem vê as imagens, criando uma corrente de amor próprio.