O documentário em curta-metragem francês “Télévision œil de demain” tratava de maneira humorística e despretensiosa o futuro da televisão. As pequenas telas que cabem nas mãos das pessoas e influenciam seus comportamentos mais se assemelha aos Smartphones de hoje.

O filme foi produzido como um vídeo educativo, que imaginava como a televisão faria cada vez mais parte do cotidiano da vida francesa. O conceito foi baseado nas ideias revolucionárias do autor de ficção científica francês René Barjavel.

O filme de 1947 que previu como as pessoas usariam Smartphones
Curta francês previu os smartphones: pequenos dispositivos televisivos que alterariam o comportamento das pessoas

Dirigido pelo diretor e jornalista francês J.K. Raymond-Millet, o filme começa apresentando como a nova tecnologia funciona e depois se aprofunda em todas as maneiras pelas quais ela poderia ser usada.

É curioso não apenas como ele prevê os pequenos dispositivos que não sairiam mais das nossas mãos, mas também os comportamentos que viriam com ele. As pessoas aparecem constantemente olhando para as telas: no trem, no café, na rua.

Tem até cenas particularmente comuns do cotidiano: pessoas absortas pelos dispositivos atravessando a rua sem olhar para os lados e quase sendo atropeladas, e até um acidente de carro acontece porque o motorista estava distraído olhando para a tela.

O tom de futurologia do filme é ainda mais forte quando ele sugere que tais dispositivos portáteis substituiriam os jornais impressos e iriam veicular a transmissão de informações, comentários políticos e outros assuntos.

Um clipe de 4 minutos do filme foi publicado por William Gibson no Twitter, o qual ele define como “uma previsão extraordinariamente precisa em uma obra de ficção científica”. Mestre do cyberpunk, o autor de Neuromancer é considerado o “profeta noir”, embora ele próprio já tenha admitido como previu com pouca precisão alguns conceitos da tecnologia.

Para além da ficção científica, Nikola Tesla, o grande inventor que teve imensa importância nos campos da engenharia elétrica, já previa tecnologias que utilizamos hoje.

 Em uma entrevista para a revista Collier, em 1926, ele previa o Wi-Fi e os pequenos dispositivos que viriam com ele:

“Quando o wireless é aplicado com perfeição, a Terra inteira será convertida em um cérebro enorme, o que de fato é, todas as coisas sendo partículas de um todo real e rítmico. Poderemos nos comunicar instantaneamente, independentemente da distância. Não apenas isso, mas através da televisão e da telefonia, veremos e ouviremos perfeitamente, como se estivéssemos cara a cara, apesar das distâncias intermediárias de milhares de quilômetros; e os instrumentos pelos quais seremos capazes de fazê-lo serão incrivelmente simples em comparação com o nosso telefone atual. Um homem será capaz de carregar um no bolso do colete”.

Assista ao “Télévision œil de demain” no player abaixo.

O filme de 1947 que previu como as pessoas usariam Smartphones

O clipe de 4 minutos.

O filme completo


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