Com um fraquíssimo quarto episódio, Obi-Wan Kenobi teria apenas dois para recuperar o fôlego e nos dar um conteúdo pelo qual estamos assistindo. No episódio 5, vemos o protagonista se unindo ao que parece ser o início da Aliança Rebelde para uma fuga em massa. Nenhum lugar está seguro da fúria de Darth Vader, principalmente quando ele está pessoalmente atrás de um Jedi fugitivo.
Contando com uma ajuda no plano e sendo obrigado a abrir mão de algumas coisas para o bem comum, o herói parece colecionar derrotas em seu caminho. No sentido da trama, faz muito sentido e é uma forma de nos mostrar as consequências dele ter se mantido escondido por tanto tempo. Ninguém seria o queridinho da galáxia fugindo e fingindo ser outra pessoa. Porém, não nos oferece aquela sensação de que há uma razão maior para tudo o que estamos vendo.
Quando vemos Ben, em “Uma Nova Esperança”, nós temos apenas a sombra de um homem que já foi grandioso algum dia. É justamente aquilo que foi completado na trilogia prequel, mostrando tanto ele quanto Anakin Skywalker em seus tempos de glória. Não que a série não se encaixe ali, porém antes do grand finale você começa a questionar a necessidade daquilo dentro da franquia e se o caminho para o último embate realmente nos reserva alguma surpresa.
Anakin Skywalker e Obi-Wan Kenobi
Apesar de estar reclamando um pouco sobre o que vi em Obi-Wan Kenobi, o episódio mostrou algo que julgo de uma excelência sem igual e quero partilhar aqui. Em determinados momentos, vemos o protagonista em Coruscant, treinando com um jovem Anakin que ainda não compreendeu bem os caminhos da Força. Vamos combinar, sabemos que ele acabou essa saga sem entender isso, mas vê-lo tentando buscar o conhecimento é um prazer aos olhos.
Em um combate no flashback dos dois, o herói tenta ensinar ao seu aprendiz algumas lições, quais tentam lidar na batalha do presente. Se antes é apenas um mestre tentando fazer com que seu Padawan abra os olhos para mais possibilidades do que enxerga, hoje é uma estratégia de guerra que você fica eletrizado em saber se funcionará ou não. Afinal de contas, será que o impiedoso Darth Vader realmente não ouviu tudo aquilo que foi dito no passado?
O grande ponto-chave do que vimos durante a exibição foi aquilo que os personagens carregaram através de seu treinamento. Temos, como falamos, um vislumbre de Anakin levando uma intensa lição com seu mestre. Também vemos Reva como uma youngling e revelando o que aconteceu durante o massacre da Ordem 66 pela milésima vez. Porém, as lições que eles tiraram disso e sua força de vontade que leva a trama adiante. Até mesmo o protagonista mostra o que aprendeu observando o seu Padawan. São coisas que realmente levamos para toda a vida e isso é demonstrado sabiamente conforme assistimos.
Ouso confessar que, em determinados momentos, estava até torcendo pelo vilão neste sentido. Apesar de não entregar a resposta disso, afirmo que a questão leva a um fim satisfatório de alguma forma. Infelizmente não posso dizer o mesmo sobre Reva, a Terceira Irmã. Vamos entrar em acordo de que ela carrega uma importância na trama e sem ela não teríamos o encontro dos dois personagens. Porém, a forma como Star Wars lidou com ela no quinto capítulo desaponta e nos mostra que ela serviu apenas como uma ponte.
No último, que será exibido na semana que vem, isso pode ser alterado? Sim, obviamente. Porém, ver tanto o lorde Sith quanto o mestre Jedi manipulando ela um contra o outro decepciona de verdade. Além da história dela não oferecer nenhum destaque em Obi-Wan Kenobi, há detalhes do que fez que se reverteram contra si durante o episódio e, sem resposta alguma, apenas surgiram para mudar o status quo dela por ali. É estranho dizer isso, mas mesmo com uma boa motivação, uma atuação excelente de Moses Ingram e um passado que valeria a pena entrar…a personagem não é nada interessante.
Parece bom, mas ainda é inconclusivo
Como eu disse acima, pode ser que o final disso tudo seja satisfatório e nos dê algo que faça expandir tudo o que vimos de Star Wars. Porém, é como jogar uma moeda para cima e torcer para que caia justamente no resultado que esperamos. Os três primeiros capítulos desta trama, particularmente falando, achei excelente e de uma qualidade ímpar. O quarto me foi apenas uma repetição de padrões, não necessariamente ruim, mas que não agregou em nada nisso tudo. Já o desta semana, parece desde o início que vai engatar, mas termina em um lugar diferente do que parece ser o ponto da série.
Volto a repetir: sabemos onde Obi-Wan Kenobi e Darth Vader vão parar. Assim como Leia, Luke e até alguns dos outros personagens que aparecem por ali. Seus destinos já foram traçados, ponto final. Para mim, deviam usar a força dos demais no elenco para movimentar isso para os lados e mergulharmos ainda mais na profundidade da franquia. Só que, se eu falar que Reva, Tala, Haja, o Quinto Irmão ou qualquer outro que apareceu ocupam esse papel estaria mentindo para vocês. Parecem apenas pessoas descartáveis que estão por aí, na galáxia muito, muito distante.
Em um misto de sentimentos, todos os fãs vão parar em algum ponto e se questionar: será que valerá a pena? Veja bem, teremos de aguardar até a próxima semana para descobrir. Não que o seriado seja ruim, eles realmente estão se dedicando extremamente para tornar tudo interessante, ainda que não obtenham sucesso em parte disso. Dizem que o fim não importa, mas sim a jornada. Porém, se ela nos faz perguntas que já sabemos as respostas, de que tudo isso adianta?
Ainda que o grand finale seja grandioso e nos traga o herói VS Vader para encerrar tudo, eu não sinto que isso será diferente de qualquer coisa que já vimos em A Vingança dos Sith. Nem mesmo acredito mais que amarrarão a trama de algum modo com Jedi: Fallen Order, qual era grande parte dos rumores antes da série estrear. De qualquer modo, vamos acompanhar na próxima semana e bater o martelo se realmente tudo isso valeu a pena ou se foi apenas uma apreciação que precisaram das prequels.
Obi-Wan Kenobi será exibido todas as quartas-feiras através da Disney+. Veja mais em Críticas de Séries!