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Ocean-2, uma boia futurista que transforma ondas em energia limpa

Quem observou recentemente as águas de Puget Sound, no estado de Washington, pode ter se deparado com uma silhueta incomum flutuando no mar,  o suficiente para levantar suspeitas de OVNIs ou até objetos submersos não identificados. Mas a verdade é bem mais pé no chão (ou na água): trata-se do Ocean-2, um protótipo criado pela startup Panthalassa, de Portland, que busca transformar o movimento do oceano em energia limpa.

A Panthalassa desenvolveu o Ocean-2 como uma plataforma flutuante capaz de captar a força das ondas e convertê-la em eletricidade. Diferente de sistemas antigos, cheios de partes mecânicas pesadas, esse projeto aposta em um design modular e flexível, que se adapta ao movimento natural do mar em vez de lutar contra ele. Com cerca de 10 metros de largura, a boia tem visual moderno e discreto, construída com materiais compostos resistentes à corrosão e projetada para aguentar o tranco das marés. “O Ocean-2 trabalha com o oceano, não contra ele, o que permite gerar energia sem prejudicar a vida marinha”, explicou a CEO da Panthalassa, Dra. Elena Martinez.

O funcionamento da estrutura se dá por meio de módulos interligados que se dobram e se movem conforme as ondas, gerando eletricidade com o uso de materiais piezoelétricos e sistemas hidráulicos. Durante os testes feitos em parceria com a Everett Ship Repair, o protótipo alcançou uma produção de até 50 kilowatts em condições favoráveis, o suficiente para abastecer uma pequena cidade litorânea. “Estamos pensando grande”, afirmou Martinez em comunicado à imprensa. “O Ocean-2 é só o começo. Já temos planos para criar redes maiores capazes de produzir gigawatts.”

Além da eficiência, o projeto se destaca pelo baixo impacto ambiental. Seu funcionamento silencioso e seu formato suave evitam perturbações à fauna marinha. A empresa, inclusive, está trabalhando lado a lado com biólogos marinhos para garantir que tudo esteja em harmonia com o ecossistema. Segundo o responsável ambiental da Panthalassa, Dr. Liam Chen, os dados coletados via satélite durante os testes não apontaram nenhum dano à vida marinha, o que representa um sinal animador para os próximos passos.

Mas chegar até aqui não foi tarefa fácil. Projetar algo que conseguisse sobreviver às condições imprevisíveis do mar, sem custar uma fortuna, exigiu anos de testes e tentativas. O time da Panthalassa percorreu diversos caminhos até chegar a uma solução que unisse resistência e eficiência. Um vídeo publicado pela KOMO News mostra o Ocean-2 enfrentando com firmeza as correntes intensas da região. Agora, o desafio é escalar a produção para atender demandas maiores. “O oceano não dá trégua”, admitiu Martinez. “Cada componente precisa estar perfeito, senão, não dura. Estamos aprendendo a cada onda.”

O objetivo da empresa é que, até 2030, o Ocean-2 faça parte de uma ampla rede de geração de energia por ondas, capaz de alimentar cidades costeiras inteiras e reduzir o uso de combustíveis fósseis. Os testes em Puget Sound são apenas o começo, novas etapas estão previstas para outras áreas do Noroeste do Pacífico e além. Se der certo, o Ocean-2 pode transformar a forma como encaramos o mar. Como resumiu Martinez: “O oceano sempre nos sustentou. Agora chegou a hora de ele iluminar nosso mundo.”

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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