Não é novidade que precisamos ser conscientes quanto ao uso e descarte de plástico. As garrafas de água, suco e refrigerante são os consumíveis mais comuns no dia a dia de qualquer pessoa. As bolhas de água comestíveis Ooho! vêm como uma alternativa neste cenário global de produção de lixo plástico.
As mentes por trás desta invenção são os engenheiros da start-up inglesa Skipping Rocks Lab, que desenvolveram membranas de extrato natural de algas marinhas para substituírem as garrafas pet.
Basta colocar a bolinha na boca, e pronto, ela se dissolve rapidamente e mata sua sede.
O produto é biodegradável e se decompõe inteiramente entre 4 e 6 semanas, caso não seja consumido. Diferente do processo de decomposição do plástico, que demora 700 anos.
Segundo a equipe, é necessário oferecer outra maneira de consumir produtos básicos para que as pessoas possam ser conscientes com alternativas de fácil acesso.
Como as membranas suportam qualquer tipo de líquido, a ideia é estabelecer a tecnologia também como substituta de recipientes descartáveis de sucos, molhos condimentados usados em fast-food, além de serem distribuídas para hidratação em eventos esportivos.
Para isso, a equipe está desenvolvendo uma máquina automatizada que pode produzir 100 Oohos! em questão de 5 a 10 minutos.
Os engenheiros formados pela Royal College of Art e a Imperial College London surgiram com a ideia em 2013, quando criaram o primeiro protótipo do material. Em 2017, o projeto entrou em financiamento coletivo, até agora eles arrecadaram £848,850.
É urgente aderir novas tecnologias que visam reformular a produção de materiais que mais têm impacto nocivo no meio ambiente.
Uma pesquisa publicada na Science Advances, a primeira análise global sobre produção, uso e destino de todo o plástico no mundo, indicou que nos últimos 65 anos, o mundo produziu 8,3 bi de toneladas do material e só reciclou 9% deste montante.
A análise foi feita desde o ano de 1950, quando a produção em larga escala dos materiais sintéticos começou, até 2015. Os indicadores para o futuro não são tão otimistas: os cientistas acreditam que em até 2050, se não mudarmos nossos hábitos, este número deve chegar a 12 bilhões de toneladas em aterros sanitários ou no ambiente natural.
Já no Brasil, um estudo realizado em 2019 pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF), coloca o país na 4º posição do ranking de países produtores de lixo plástico. Os brasileiros produzem em média 11 milhões de toneladas de plástico por ano, e também são os que menos reciclam o material: apenas 1% deste número é devidamente reciclado. Em primeiro lugar estão os EUA, seguido da China e Índia.