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Os filmes “fora do radar” de 2025 que chegaram ao Brasil e merecem atenção

Com a temporada de prêmios afunilando e os mesmos títulos ocupando espaço nas listas e debates, 2025 também entregou um conjunto de filmes excelentes que até chegaram ao Brasil, mas acabaram passando discretamente pelo público. Seja em festivais, no streaming ou em lançamentos tímidos nos cinemas, essas produções provaram que o melhor do ano nem sempre está entre os mais comentados.

Da esquerda para a direita: Andrea Riseborough e Brenda Blethyn em ‘Libélula’.

Entre os destaques está Libélula, drama britânico que começa como um retrato social realista e termina em território inesperadamente perturbador. Brenda Blethyn e Andrea Riseborough conduzem a história de uma idosa solitária que passa a depender da ajuda da vizinha, despertando ressentimentos familiares e culminando em um desfecho que muda completamente o tom do filme. É daqueles longas que parecem simples até revelarem algo muito mais sombrio.

Cillian Murphy em ‘Steve.’

Outro título que encontrou público por aqui foi Steve, drama protagonizado por Cillian Murphy e lançado de forma discreta, mas marcante. A trama acompanha um diretor de escola para jovens em situação de risco enfrentando um único dia devastador, tentando manter a instituição funcionando enquanto lida com exaustão física, culpa e vício. Murphy entrega uma atuação contida e profundamente humana, reforçando sua fase mais intimista pós-Oppenheimer.

Carey Mulligan como Nell e Tim Basden como Herb em “A Balada da Ilha de Wallis.”

O cinema europeu também marcou presença com A Balada da Ilha de Wallis, produção britânica charmosa e melancólica sobre um milionário excêntrico que tenta reunir uma dupla folk separada há décadas. O filme aposta em diálogos afiados, nostalgia e emoções contidas, com Carey Mulligan brilhando em uma história romântica que evita exageros e acerta justamente pela delicadeza.

“A Meia-Irmã Feia”

A Meia-Irmã Feia chegou chamando atenção ao revisitar o conto da Cinderela sob uma ótica radicalmente diferente. Misturando horror corporal e estética de fábula europeia setentista, o longa transforma a busca pela beleza em um pesadelo visceral, usando o grotesco para discutir padrões impostos às mulheres. É desconfortável, provocador e impossível de ignorar.

Liz Larsen e Michael Strassner em ‘Os Baltimorenos.’

Do circuito independente americano, Os Baltimorenos apareceu como uma alternativa curiosa aos romances natalinos tradicionais. A história acompanha um comediante em recuperação que, após quebrar um dente na véspera de Natal, acaba criando uma conexão improvável com sua dentista. O resultado é uma comédia romântica estranha, afetuosa e surpreendentemente honesta.

Kiki, dublada por Bernie Van Tiel, é uma caçadora de recompensas em “Princesa Espacial Lésbica“.

A animação também teve espaço com Princesa Espacial Lésbica, produção australiana que conquistou festivais e chamou atenção pela proposta irreverente. Misturando ficção científica, humor seco e romance sáfico, o filme acompanha uma princesa introvertida que precisa agir quando sua ex-namorada é sequestrada por alienígenas misóginos. Colorido, divertido e sincero, virou cult instantâneo.

“A Menina na Neve”

Entre os dramas mais contemplativos, A Menina na Neve se destacou por sua força visual. Ambientado em uma vila isolada nos Alpes franceses no fim do século XIX, o filme acompanha a chegada de uma jovem professora que passa a ser vista como mau agouro após uma avalanche mortal. A diretora constrói uma atmosfera sufocante, onde superstição, isolamento e natureza se misturam de forma hipnótica.

“O Último Viking”

Fechando a lista, O Último Viking trouxe o humor negro característico do dinamarquês Anders Thomas Jensen. Misturando violência gráfica, absurdo e afeto genuíno, o filme acompanha dois irmãos envolvidos em um plano criminoso que sai completamente do controle quando um deles passa a acreditar ser John Lennon. É caótico, engraçado e surpreendentemente humano.

Esses filmes até chegaram ao Brasil, mas não receberam o barulho que mereciam. Se você gosta de descobrir boas histórias fora do circuito óbvio, essa lista prova que 2025 teve muito mais a oferecer do que os favoritos de sempre, bastava olhar um pouco além do hype.

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Hortência é profissional de Letras, educadora, tatuadora e mãe. Apaixonada por arte e cultura, une seus múltiplos interesses que vão da cultura pop à gastronomia para produzir conteúdos variados e criativos.

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