Super Castlevania IV marcou época com sua ambientação gótica, ação baseada no chicote e uma trilha sonora que ainda ecoa na memória dos fãs do Super Nintendo. Agora, em 2025, quem chega para beber dessa fonte é Chronicles of the Wolf, novo jogo da Migami Games que presta homenagem à série clássica da Konami, mas também ousa seguir por um novo caminho.
A proposta é um Metroidvania completo que resgata o espírito da jornada de Simon Belmont em 1991, enquanto conta uma nova história sobre lobisomens em plena França do século XVIII.
O protagonista da vez é Mateo Lombardo, um jovem cavaleiro da Ordem da Rosa Cruz que sai em missão para caçar a lendária Besta de Gévaudan, criatura que existiu nos registros históricos e aqui é reimaginada como um lobisomem aterrorizando vilarejos franceses. Diferente da estrutura linear de Super Castlevania IV, o novo título aposta num enorme mapa interconectado, inspirado no estilo de Symphony of the Night, com cerca de 20 horas de duração (ou 12, para quem for mais ágil), repleto de segredos e com múltiplos finais, incluindo um “ruim” e outro “verdadeiro”, que encerra a trama de forma mais completa.
A jogabilidade é puro Castlevania clássico. Mateo se move como Simon Belmont, com animações em pixel art fiéis ao espírito de 1991. O combate é preciso e satisfatório, com um chicote que remete diretamente ao clássico do SNES. Sub-armas como adagas e água benta também marcam presença, junto a leves elementos de RPG, como pontos de vida, mana, ataque e defesa, que permitem personalizar o estilo de luta. Há também espaços para equipamentos e um ciclo de dia e noite nos moldes de Simon’s Quest, adicionando uma camada estratégica à exploração.
As cidades funcionam como núcleos vivos de interação, onde o jogador pode conversar com aldeões, adquirir equipamentos ou descobrir segredos, o que dá ao jogo um toque retrô, mas com pegada mais dinâmica. O mapa, por sinal, é imenso e recheado de paredes secretas, tesouros raros e melhorias como salto duplo ou investida aérea, que desbloqueiam novas rotas. Mas prepare-se: os enigmas no estilo Simon’s Quest podem ser frustrantes, com pistas crípticas que farão você vasculhar o jogo em busca de um NPC ou item obscuro que passou batido.
É um tributo claro ao gênero retrô que pode desagradar quem está acostumado com direções mais modernas e objetivas. Os chefes impressionam visualmente, com designs marcantes, mas carecem de desafio real, sendo mais um espetáculo gráfico do que um teste de habilidade.
Responsável também pelo aclamado Lecarde Chronicles, o estúdio Migami Games colocou dedicação em cada detalhe de Chronicles of the Wolf. Isso transparece tanto no sistema de combate quanto no mundo sombrio e pulsante que criaram. Ainda assim, as inspirações em Super Castlevania IV e Simon’s Quest trazem junto algumas limitações, como movimentação engessada, escolhas de design duvidosas e a ausência de recursos modernos como botão de sair ou suporte para alt-tab.
Por £16,99 (cerca de 20 dólares), Chronicles of the Wolf entrega uma aventura envolvente de 12 a 20 horas, feita sob medida para os nostálgicos de plantão, e para quem ainda acredita que o chicote nunca sai de moda.




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