O ódio de Lex Luthor pelo Superman vai muito além de simples inveja, ele nasce de algo mais profundo, quase existencial. Pelo menos é assim que enxergam o diretor James Gunn e o ator Nicholas Hoult, que interpreta Lex no novo filme do Homem de Aço.
Em entrevista recente ao Fandango durante a MEGACON Orlando, Hoult explicou que, para Luthor, o Superman expõe a maior fragilidade da humanidade: “Somos fracos, e é isso que o Superman nos mostra”.
Lex, segundo o ator, é alguém que construiu toda sua reputação com base no poder, na inteligência e na crença de que a humanidade deveria ser capaz de se salvar sozinha. Mas então, do nada, surge um ser de outro planeta, imbatível, que atrai para si toda a admiração e confiança que Lex acreditava merecer.
Para ele, não é só uma questão de poderes extraordinários, mas do que o Superman representa, um desafio direto ao valor que Lex dá às próprias conquistas.
James Gunn entrou na conversa com uma comparação bem atual: disse que Lex enxerga o Superman da mesma forma que muitos artistas veem a inteligência artificial, como uma ameaça à sua relevância e ao legado que construiu.
Para Gunn, isso transforma Lex em alguém que está vendo o mundo que conhecia escorregar pelos dedos, substituído por algo que ele não controla e sequer pediu.
Segundo o diretor, não se trata apenas de um vilão megalomaníaco, mas de alguém que vive um conflito interno real, fruto de uma crise de identidade.
“Ele é um cara comum, com uma roupa brega, que de repente virou o queridinho de todos, inclusive das mulheres. Tudo aquilo que o Lex valoriza agora está sendo atribuído ao Superman”, comentou Gunn.
Apesar disso, Lex não é uma ameaça por sua força, mas por sua mente afiada. Como explicou Hoult, a dificuldade, e o charme, de interpretar o personagem está justamente em torná-lo um adversário crível frente a um ser praticamente invencível. É na estratégia, na manipulação e no jogo de influência que Lex se impõe.
E parece que vem muito mais por aí. Hoult deixou claro que ainda tem planos para aprofundar o personagem:
“Tem muita coisa que quero fazer com o Lex.” Se essa abordagem mais psicológica e atual pegar, a trajetória do vilão promete render muito além deste primeiro filme do Superman.
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