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Por que o Quarteto Fantástico precisava de um Galactus fiel aos quadrinhos: ‘Esses designs resistem ao tempo’

O Universo Cinematográfico da Marvel finalmente vai entregar aos fãs o Galactus que eles sempre quiseram ver nas telas, em O Quarteto Fantástico: Primeiros Passos. E dessa vez, o Devorador de Mundos aparece exatamente como nos quadrinhos, um gigante imponente com armadura completa, do jeito que Jack Kirby imaginou décadas atrás, nada de nuvem espacial ou entidade cósmica abstrata.

O personagem será vivido por Ralph Ineson, e só pelo visual já promete ser tudo o que os fãs esperavam há anos.

Para quem acompanha a Marvel há muito tempo, a escolha é um alívio depois da polêmica versão de Galactus em Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado, de 2007. Mas, segundo Kevin Feige, presidente da Marvel Studios, o estúdio não enxerga essa nova abordagem como uma tentativa de redenção. Para ele, a questão era outra: “Eu nunca vi isso como redenção, mas acho que chegamos a um ponto, e espero que o público e as pessoas que tomam decisões nos estúdios também, em que o medo de algo parecer bobo não é mais motivo suficiente para não tentar”, afirmou.

Feige reforçou que sempre acreditou que o conteúdo dos quadrinhos não é ridículo, mas sim incrível, e que trazê-los à vida do jeito certo só torna tudo mais interessante.

Ele lembrou do debate interno que tiveram ao criar o primeiro filme do Thor, quando a dúvida era se os chifres enormes de Loki seriam aceitáveis no cinema. “Era uma coisa que quase não fazia sentido, aqueles chifres enormes, mas sabíamos que tínhamos que abraçar isso”, disse.

Esse pensamento se fortaleceu com o tempo e, agora, a Marvel se sente confiante para apresentar personagens com visual fiel ao material original, sem medo de parecer exagerado. “Com o Ralph, sentimos o mesmo. Estamos abraçando o design original porque eles são incríveis. Esses designs resistem ao tempo por um motivo”, completou Feige.

Ralph Ineson, por sua vez, nem cogitou buscar inspiração no Galactus do filme antigo. Sua referência foi direto na fonte: os quadrinhos.

O ator não encarou o personagem como um vilão tradicional, mas como uma força primordial da natureza, algo incompreensível para os humanos. Nos quadrinhos, Galactus é um ser de energia pura, com um poder que desafia qualquer lógica, e essa escala cósmica é fundamental para definir quem ele é.

O visual clássico foi justamente o que as adaptações anteriores tentaram evitar, por medo de parecerem “bobos”. Mas, como a história já mostrou, quando os estúdios tentam “corrigir” o estilo dos quadrinhos para algo mais sério, o público nem sempre reage bem. Feige e o MCU parecem decididos a não repetir esse erro.

Galactus não será apenas um vilão para encher os olhos com efeitos especiais; ele é uma peça fundamental do universo Marvel e o fato de o estúdio ter decidido manter seu visual clássico mostra o quanto os filmes de super-heróis evoluíram.

O medo de abraçar o lado mais extravagante dos quadrinhos ficou no passado, dando lugar à confiança de que, quando bem feitos, esses designs são muito mais impressionantes do que ridículos.

Como Feige resumiu: “Esses designs resistem ao tempo por um motivo.”

O Quarteto Fantástico: Primeiros Passos vai apresentar oficialmente a Primeira Família da Marvel no MCU, e tudo indica que finalmente teremos um Galactus digno das décadas de expectativas. O filme estreia nos cinemas em 25 de julho, com o Devorador de Mundos chegando em toda sua glória cósmica.

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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