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Profissão de Risco | Crítica

Profissão de Risco - Crítica

Profissão de Risco (The bag Man) é o primeiro filme de David Grovic como diretor. O título em português é uma adaptação pouco criativa do nome original e faz a obra compartilhar o nome nacional com outro filme: Blow, estrelado por Johnny Depp. Em defesa da distribuidora, pode-se dizer que uma tradução literal do nome original não funcionaria no Brasil (mas um nome inédito – e mais criativo – seria muito bem-vindo).

A obra se propõe a ser uma espécie de noir contemporâneo recheado de violência, mas a mistura é um tanto quanto falha, especialmente em relação ao primeiro quesito. Alguns dos ingredientes do gênero estão lá: personagens soturnos e de poucas palavras, fotografia com sombras bem marcadas, ângulos e takes em primeira pessoa, cenários escuros, sujos e claustrofóbicos.

Todos esses pontos são virtudes da obra, mas um dos principais e mais atrativos chamarizes de um noir é um bom mistério, e isso a obra de Grovic fica devendo.

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Existe um mistério que é instaurado logo no início do filme, quando Dragna, personagem do ator Robert De Niro, entrega uma maleta à Jack (John Cusack) pedindo que ele a leve a um pequeno motel decadente e aguarde por instruções.

A principal exigência de Dragna é que a maleta não seja aberta sob nenhuma hipótese. Porém, esse mistério é tão insosso e lugar-comum que, no decorrer da trama, o espectador facilmente se esquece da tal valise.

No percurso ao endereço designado por Dragna, Jack é perseguido por misteriosos assassinos e agentes federais disfarçados (ou bandidos disfarçados como agentes federais – isso não fica claro). Chegando ao motel, ele conhece Rivka (personagem da brasileira Rebecca da Costa), que por sua vez também está sendo perseguida por outros bandidos.

Os dois se envolvem e tentam escapar vivos quando o motel se mostra como um esconderijo frágil e até mesmo policiais – também interessados na maleta – passam a persegui-los.

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Apesar de contar com dois grandes atores (De Niro e Cusack) é a atuação de Costa que mais chama atenção. Os outros parecem estar no piloto automático. A atuação de De Niro é tão caricata que parece uma mistura de vários de seus personagens anteriores, apresentando um vilão que remete até mesmo ao seu comediante fracassado de O Rei da Comédia (1982), ou seja, não convence como antagonista.

As cenas de ação, no entanto, mostram a habilidade do diretor, que também foi corajoso ao mostrar cenas de violência contra a mulher com uma crueza raramente vista, especialmente nesses tempos de politicamente correto tão em voga.

Por outro lado, como que para compensar, mostra uma personagem feminina tão pró-ativa e eficiente, que quase parece ter super poderes, o que ilustra bem a confusão de ideias de um roteiro que funcionaria melhor se trabalhasse personagens menos estereotipados.

Nota: 2/5

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Profissão de Risco

Diretor: David Grovic
Duração: 108 minutos.
Elenco: Robert De Niro, John Cusack, Rebecca da Costa
Lançamento: 24 de abril de 2014.

Autor: Daniel Robledo

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