Você provavelmente já deve ter ouvido falar do filme Pixels. A nova comédia de Adam Sandler têm causado barulho na internet, tanto por sua forte divulgação (principalmente junto a canais do youtube) quanto pelas críticas que atacaram o filme sem dó. Ostentando apenas 18% de aprovação no Rotten Tomatoes, há diversos problemas no filme, de um ponto de vista técnico (confira a crítica do filme aqui), mas neste post focarei no que há por trás de tudo isso, na cultura que o filme celebra.
A comédia evoluiu e mudou muito nos últimos anos, junto com a sociedade. Piadas que eram feitas antigamente não podem ser feitas hoje, pessoas excluídas da sociedade ganharam mais voz, mais direitos, e o grupo de Adam Sandler não percebeu a mudança. Somente isso pode explicar os problemas que vimos ali.
Os preconceitos e problemas de Pixels
É comum usar arquétipos, convenções ou estereótipos na hora de contar suas histórias. Contudo, é necessário usá-los em harmonia com o que vivemos, para não causar algo ruim em quem assiste o filme. E Pixels erra neste ponto.
Podemos começar com as personagens femininas. A mais protagonista dentre elas, Violet (Michelle Monaghan) é quase um troféu. Sua apresentação no filme se inicia com o estereótipo bossy, de uma pessoa mandona e arrogante que diminui os outros. Suas interações com o personagem de Adam Sandler beiram o ridículo em diversos momentos, como uma onde ele precisa denegrir outra mulher para conquistá-la, ou quando diz que se fosse mais rico, ela ficaria com ele. E tudo isso enquanto ela acaba de descobrir que foi traída, algo esquecido pelo roteiro sempre que conveniente. Há ainda os momentos onde ela se transforma em uma donzela em perigo, outros onde se torna um objeto perante o personagem e, fechando com chave de ouro, termina como um prêmio para o herói.
Passando para as outras, temos Lady Lisa, que aqui é o prêmio de um nerd que idealizou a personagem desde criança, fora Serena Williams e Martha Stewart, que fazem participações especiais para serem o que? Isso mesmo, troféus. Em suma, personagens deixadas de lado, porque vídeo game é coisa de garoto, típico de um gamergate.
Passando isso, há toda a interpretação do nerd e gamer usada pelo filme. Há uma real diminuição do que são os jogos hoje em dia, desvalorizados pelo personagem principal, e um uso de estereótipos que afasta um público que poderia se divertir com o filme. Houve uma evolução enorme na maneira como o nerd é visto pelo mundo, mas Pixels insiste em utilizar um olhar antigo e datado. O personagem de Josh Gad é obcecado por uma personagem de sua infância, não sabe lidar com as pessoas e têm diálogos onde xinga outras pessoas de forma preconceituosa, e o personagem de Sandler é alguém sem futuro, como se a única saída para um fã de games fosse ser medíocre.
São mensagens passadas pelo filme. Mensagens para crianças, adolescentes e adultos. Uma comédia de um homem com mentalidade de garoto, personagens incapazes de serem sociáveis e preconceitos de décadas atrás, que não fazem bem a ninguém. Esses são os grandes problemas de Pixel.
Autor: Guilherme Souza
Acho que todos os filmes a personagem do Adam Sandler tem mentalidade de garoto, não? O problema é que tentaram empurrar ele para um nicho que acredito que não aceita muito esse modo de atuação e estilo de comédia.
Sobre a parte da menina ser o “troféu” eu entendo, pois jogos antigos como Mário, Banjo e the legend of zelda, praticamente o tema era salvar a princessa, e depois se casar-se com ela como se fosse um premio msm, não vi nada de errado nessa critica, o filme é sobre games,então de games o fizeram, e outra os personagens são nerds, eles tendem ser estranhos, sobre a critica tb de falar que os games da nova era não são mencionados, porra olha o nome do filme “PIXELS”, estamos falando dos poucos pixels de antigamente não das resoluções Ultra HD de hoje em dia
Pixels retrata jogos antigos, a ideia do filme era entrar nesse universo.(Vide Mario)
Sem falar, que as personagens são tratadas como jogadores da década dos jogos, portanto tem lógica que os mesmos se encaixem em tal universo.
E não percebi nenhum esteriótipo de nerd. Para mim as personagens foram retratadas como as personagens…E não como nerds. -.-‘
O problema é que as pessoas querem que tudo e todos sejam e pensem como elas. Uma simples diferença de opinião e elas criticam as outras de forma estupendamente patética.
E fala sério, usar a tag “preconceitos” para o filme? Por favor, isso é muito ridículo. ._.