Snoop Dogg encontrou uma forma inusitada, e bem lucrativa, de eternizar seus momentos com a erva: transformar restos de baseados em arte contemporânea. A coleção, batizada de Ashes to Art, nasceu de uma parceria com a artista Erica Kovitz e o coletivo The Joint Venture, e já movimenta cifras de cinco dígitos em leilões online.
As peças, sete no total, são composições que misturam bitucas queimadas, papéis de seda chamuscados e até cinzas de cannabis, tudo preservado em resina e molduras personalizadas. Longe de serem simples colagens, os trabalhos ganham títulos conceituais como Pocket High Emerald e Golden Hour Cipher, misturando design visual e referências à cultura pop e à carreira do rapper. Cada obra é assinada por Snoop, acompanhada de certificado de autenticidade, e oferecida em leilão exclusivo.
O interesse dos colecionadores foi imediato: cinco das sete peças foram arrematadas logo na abertura, com valores entre US$ 10 mil e US$ 20 mil. Uma das mais disputadas, DoggyStyle Decoded, homenagem ao álbum de estreia de Snoop, de 1993, traz um CD original, um cinzeiro queimado e resíduos de blunt, alcançando US$ 20 mil. Outras obras, como White Whisper, Orange Chill e Tiphany Smokes, seguiram a mesma linha estética de “elegância carbonizada”, unindo minimalismo e irreverência.
Mas a estrela da coleção foi Snoop Doggy Dogg Genesis Burn, que chegou a incríveis US$ 70 mil. A peça combina a lendária ficha policial de Snoop em Los Angeles, bordas chamuscadas, resina com cinzas originais e até uma ponta de blunt usada pelo próprio artista. O detalhe que elevou o valor foi a assinatura rara com o nome completo “Snoop Doggy Dogg”, transformando a obra em um registro híbrido de sua história legal e musical.
Essa não é a primeira vez que o rapper transforma o efêmero em patrimônio. Em um leilão anterior, chamado com humor de The Shiznit, ele já havia vendido meio blunt encapsulado em resina por quase US$ 2 mil. Mas com Ashes to Art, Snoop eleva a ideia a outro nível: um ritual pessoal transformado em legado artístico.
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