Menos de seis meses depois de encerrar uma longa missão que durou mais de um ano em órbita, a Space Force (Força Espacial) dos Estados Unidos se prepara para colocar o misterioso X-37B novamente nos céus. O avião espacial não tripulado, construído pela Boeing, parte de Cabo Canaveral em sua oitava missão desde 2010, e desta vez leva consigo equipamentos que parecem saídos direto de ficção científica.
De acordo com informações divulgadas, a nave transporta o que está sendo chamado de “o sensor inercial quântico de maior desempenho já testado no espaço”. Em termos simples, trata-se de uma tecnologia que promete oferecer navegação precisa mesmo sem a ajuda de GPS, algo que preocupa cada vez mais os militares americanos diante do risco de satélites de posicionamento serem atacados ou danificados por detritos espaciais.
Segundo o coronel Ramsey Hom, comandante do Space Delta 9, o sensor permitirá manter a navegação em ambientes onde os sinais de GPS não alcançam, incluindo regiões além da órbita terrestre, como o espaço cislunar. A ideia é garantir autonomia em cenários extremos, onde depender apenas de satélites não seria seguro.
Além dessa inovação, o X-37B também vai testar comunicações a laser entre satélites, uma tecnologia que pode tornar o sistema espacial dos EUA mais rápido, confiável e resistente a falhas.
Embora grande parte da missão continue envolta em segredo, o X-37B já se consolidou como peça central da estratégia americana de realizar experimentos de ponta fora da Terra, algo que se torna ainda mais relevante com a aposentadoria da Estação Espacial Internacional prevista para o fim da década. Sem uma estação permanente, os militares e cientistas americanos precisarão de alternativas para continuar suas pesquisas em órbita.
Para a Boeing, o projeto também é uma vitória de imagem. Afinal, enquanto o problemático Starliner, a cápsula criada para levar astronautas à ISS, segue acumulando atrasos e dores de cabeça para a empresa e para a NASA, o X-37B mostra resultados concretos e uma importância estratégica crescente.
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