A SpinLaunch, conhecida por testar lançamentos espaciais com uma enorme centrífuga, agora mira em um jogo bem maior: disputar espaço com a Starlink, da SpaceX, e o Project Kuiper, da Amazon. A empresa anunciou a Meridian Space, sua própria constelação de satélites em órbita baixa (LEO) voltada para oferecer internet de alta velocidade a empresas no mundo todo.
Com um investimento fresco de US$ 30 milhões e um acordo de US$ 135 milhões com a Kongsberg NanoAvionics para fabricar os satélites, a SpinLaunch promete que os primeiros clientes estarão conectados até o fim de 2026. O plano inicial prevê o lançamento de 280 microsatélites, cada um pesando apenas 70 quilos, bem mais leves do que os modelos tradicionais. A expectativa é de que apenas um foguete seja capaz de colocar em órbita capacidade suficiente para mais de 2 terabits por segundo de banda global.
O diferencial da Meridian é apostar em eficiência em vez de volume. Enquanto concorrentes contam com milhares de satélites, a SpinLaunch prefere começar enxuta, com uma rede menor, mas projetada para reduzir custos e riscos em órbita. A ideia é expandir para 1.200 satélites futuramente, caso a primeira fase cumpra o que promete.

Outro trunfo está na forma como os satélites orbitam: eles seguem trajetórias fixas, passando repetidamente pelos mesmos pontos da Terra. Isso permite que os clientes usem antenas simples, compactas e de baixo consumo de energia, sem precisar de equipamentos caros de rastreamento. Além de baratear a infraestrutura em solo, essa estratégia ajuda a evitar colisões no espaço e otimiza o uso do espectro de rádio.
A SpinLaunch também aposta em uma inovação chamada antena refletora reconfigurável. Mais leves e eficientes do que as antenas tradicionais, elas operam em múltiplas frequências sem exigir tanta energia. Segundo a empresa, os testes em escala real já foram concluídos, provando que é possível entregar alto desempenho com custos reduzidos.

O sistema ainda utiliza uma arquitetura conhecida como “bent-pipe”, em que os satélites funcionam apenas como retransmissores de sinal, sem processamento a bordo. Isso simplifica os equipamentos, diminui falhas e corta despesas, deixando a parte mais complexa para as estações terrestres. Para completar, a rede será compatível com protocolos 5G não-terrestres, garantindo integração com padrões modernos de comunicação.
Se tudo correr como planejado, a Meridian pode se tornar uma das alternativas mais interessantes no mercado de internet via satélite, hoje dominado por gigantes. A SpinLaunch quer provar que não é preciso inundar o céu de satélites para entregar conexão rápida e confiável.
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