Ao lidar com temas sobre a evolução humana, existencialismo, tecnologia, inteligência artificial e vida extraterreste, Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke criaram em conjunto uma obra prima da sétima arte. Esses assuntos profundos abordados no filme de 1968 desde então abriram portas para diversas interpretações, mas uma questão sempre foi debatida: qual a explicação para o final de 2001: Uma Odisseia no Espaço?

Certamente essa é uma das cenas mais arrepiantes e enigmáticas que o cinema já produziu, sem contar a sagacidade em reunir todos os fragmentos da existência humana em poucos minutos de imagens.

Em 1980, durante uma entrevista com Kubrick, o jornalista Junich Yaoi fez a pergunta que nunca deixa os pensamentos de quem já assistiu o longa. A entrevista completa você pode conferir neste link.

“Quando você simplesmente verbaliza suas ideias, elas parecem tolas, enquanto que, se elas são dramatizadas, o outro é capaz de senti-las, mas eu vou tentar”, Kubrick inicia a explicação.

A ideia é que ele fosse levado por entidades divinas, criaturas de energia e inteligência pura, sem aspecto ou forma. Eles o colocaram no que eu suponho que você possa descrever como um zoológico humano para estuda-lo, e toda sua vida passa a partir desse ponto naquela sala. E ele não tem noção do tempo. Tudo apenas parece acontecer como em um filme.

Eles escolheram essa sala, que é uma réplica muito imprecisa da arquitetura francesa (deliberadamente imprecisa) porque sugeriram ser algo que ele fosse achar bonito, mas não tinham muita certeza. Assim como nós não temos certeza do que fazer com animais em um zoológico, ao dar a eles o que supomos que representem seus habitats naturais.

De qualquer forma, quando (as entidades) terminaram o trabalho com ele, como acontece em tantos outros mitos de todas as culturas do mundo, ele é transformado em um tipo de super-ser e enviado de volta à Terra, transformado em um tipo de super-homem. Temos apenas que adivinhar o que acontece quando ele volta. É o padrão de uma grande quantidade de mitologias, e é isso que nós estávamos tentando sugerir.”

Alguns podem considerar a explicação de Kubrick como definitiva, outros podem ainda observa-la em um viés filosófico na criação artística. Mas não podemos negar que a explicação do diretor ainda possibilita um grande campo de interpretação para a cena final.

E você, como encara essa explicação?

 

[Fonte]

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