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Steam remove mais de 500 jogos com conteúdo adulto para se adequar às exigências de parceiros

O Steam ficou quente… mas não do jeito que muitos esperavam. A plataforma removeu discretamente mais de 500 jogos com conteúdo adulto, resultado de uma mudança nas políticas internas para atender às exigências de empresas de pagamento como Visa, Mastercard e PayPal.

Sem um comunicado oficial, a limpeza começou após uma atualização nas diretrizes do Steamworks em abril de 2025, descoberta pelo SteamDB. Entre as novas regras, a Valve passou a proibir certos tipos de conteúdo adulto que possam violar os termos dessas instituições financeiras. Jogos com temas polêmicos como incesto, violência sexual e escravidão foram os primeiros a sumir da loja virtual.

Ainda que a Valve não tenha confirmado números exatos ou divulgado uma lista oficial, ficou claro que o ritmo das remoções se intensificou em julho. Isso deixou muitos desenvolvedores inseguros sobre o que ainda é permitido ou o que pode ser retirado a qualquer momento.

A empresa justificou a medida dizendo que, sem essa adequação, correria o risco de ter suas opções de pagamento suspensas, o que afetaria todas as compras na plataforma, não só os conteúdos adultos. Para tentar minimizar o impacto, a Valve ofereceu créditos para que os criadores possam reenviar versões modificadas ou futuros projetos. Ainda assim, muitos dizem que o estrago já foi feito.

Desenvolvedores independentes e criadores LGBTQ+ expressaram preocupação com o fato de que essas restrições financeiras acabem censurando vozes marginalizadas, mesmo sob o pretexto de seguir regras comerciais.

Apesar da remoção em massa dos jogos explícitos, títulos mainstream com conteúdo maduro continuam disponíveis, ao menos por enquanto. A falta de uma diretriz clara deixa o futuro do conteúdo adulto no Steam em aberto. O movimento também representa um retrocesso em relação à postura mais permissiva adotada em 2018, quando a Valve decidiu liberar jogos adultos desde que fossem legais e devidamente sinalizados. Agora, a empresa parece seguir a onda global de moderação mais rígida, como prevê o Online Safety Act do Reino Unido, que impõe maior vigilância sobre os marketplaces digitais.

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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