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Stranger Things – Temporada 4, Parte 1 | Crítica

Tenho de admitir que a quarta temporada de Stranger Things superou toda e qualquer expectativa que seus espectadores poderiam carregar. Particularmente falando, eu era do time que acreditava que ela devia ter finalizado antes das crianças crescerem tanto. Achando que seria apenas uma enrolação que levava para o embate final na futura quinta temporada, os irmãos Duffer entregaram tudo nessa nova leva de capítulos.

Ouso dizer que ela, para mim, chegou a ser melhor até do que o que vimos na terceira. Mais sombria, sem medo de matar os personagens e encararem seus maiores medos, aqui recebemos finalmente respostas. Se ainda tem dúvidas de que a Netflix está seguindo para o caminho correto com a série, pode ficar tranquilo. Não só sabem, como estão amarrando tudo de forma épica.

Ainda que seja apenas uma parte das duas que compõem essa temporada, você chegará ao fim compreendendo a razão para esta divisão. Não entregarei spoilers aqui, como o habitual, mas aproveite a jornada porque ela é forte e cheia de ameaças para os antigos e novos personagens. Ninguém está a salvo e, até quando você imagina que tudo vai terminar bem para eles, as coisas se mostram um pouco diferentes. Será que o seu coração aguenta?

Ninguém está a salvo da nova ameaça

Enrolação em Stranger Things? Não!

Como falei acima, desta vez o conteúdo está muito mais sério e ameaçador. Acompanhando o crescimento das crianças que vimos desde o primeiro ano, as coisas não melhoraram para elas de lá para cá. Invadindo uma complexidade até incomum para Stranger Things, desta vez finalmente dá para visualizar o quadro geral de todas as nossas perguntas desde o início. Desde o sequestro de Will até os novos assassinatos, tudo está conectado.

Porém, não é essa a sensação que você terá durante os episódios. Com diversos personagens compondo o elenco, temos a divisão muito grande de núcleos que dá a entender que tudo segue o seu próprio caminho até essa grande conexão. O grande problema é que você apenas a verá no Episódio 7 e até lá seguimos uma longa rodovia de ação e emoções. Não ajuda o fato de que cada um deles tem a duração próxima a um filme, com todos os capítulos passando 1h de duração. O último é maior até do que um filme, com 1h40.

Nancy e os demais descobrem como tudo está conectado

Reclamei bastante quando vi isso, apesar de enquanto assistia isso se justificava cada vez mais. Se fossem os habituais 40 minutos como estamos acostumados, ou teríamos uma temporada inclusa para explicar tudo de sua devida forma ou muito seria cortado para caber ali. Sendo sincero, se isto te travou e não está a fim pelo fator “tempo”, confie que há uma boa razão para ser assim. Os fãs do Snyder Cut de A Liga da Justiça sabem bem do que estou falando.

A cidade de Hawkins volta a ser atacada em Stranger Things, por uma criatura chamada Vecna que está assassinando jovens problemáticos da cidade. Correndo contra o tempo e com queridos personagens sendo alvos do monstro, vemos uma verdadeira força-tarefa agindo para evitar o seu avanço. O problema é que Eleven não possui mais os seus poderes e a razão para isso é um dos elementos-chaves para resolverem o mistério que se esconde por trás de toda a trama: inclusive seu próprio passado.

Vecna carrega um grande segredo

Um passo adiante

Apesar das crianças atuarem de forma brilhante, ouso dizer que o maior destaque desta primeira parte da quarta temporada são os jovens. Steve, Nancy, Robin e o novato Eddie merecem todos os holofotes e isso é bem explorado durante o atual arco. De outro lado, Jonathan e outro estreante, Argyle, não participam tanto assim da ação, porém exploram lados interessantes de Will e Mike que acompanham ambos. Isso sem falar em um papel maior para Suzie, a infame namorada de Dustin.

Com tantos retornos e novidades, a Netflix decidiu dar ao seriado mais tempo para trabalharem todos da forma como deviam. Confesso que em quesito desenvolvimento e crescimento dos personagens, foram poucos que não vi um certo avanço em sua história pessoal ou no plano geral. Considerando a escala que as coisas estão tomando, este é um grande feito e tiro o chapéu para os irmãos Duffer pela maestria de lidar com tanto e fazer coisas incríveis em tela.

Sem poderes, ela ainda tentará salvar seus amigos

Até mesmo a estadia de Hopper na Rússia, qual achei extremamente desnecessário na cena pós-créditos da terceira temporada de Stranger Things é bem aproveitada. Quando você achar que estão enrolando demais em determinados trechos, meu único conselho é: confie. Até quem não é fã acabará se envolvendo, com sequências de ação bem construídas, os melhores cenários da série até hoje e com o velho carisma dos personagens agindo forte para te segurar na cadeira ou sofá a cada novo passo.

A estreia da Parte 2, com mais dois episódios que finalizarão a trama, chega apenas no dia 1 de julho de 2022 e já soa como uma eternidade para mim. Porém, se fica aqui um conselho é: assista o quanto antes o que já está disponível na Netflix. Lembram como Supernatural era criativa e cheia de genialidade da primeira à quinta temporada? Me senti da mesma forma assistindo estes episódios, como se fosse uma obra-prima que será cultuada pela cultura nos próximos anos. Pois acredite: vai ser.

Todos os episódios de Stranger Things – Temporada 4, Parte 1 estão disponíveis na Netflix. Veja mais em Críticas de Séries!

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Anderson
Anderson
2 anos atrás

Cara na boa, tem muita coisa errada nessa série. Se vc é fã daqueles que não se importa com detalhes vai amar, especialmente os efeitos audiovisuais que diga-se de passagem são perfeitos. Passada essa primeira impressão se vc é fã crítico e coerente vai detestar as mudanças drásticas que sofreu a série. Primeiro por conta do gênero, passou de mistério/suspense/aventura para um terror sombrio, nada a ver com aquele clima anos 80 que tínhamos no início. Depois vem aquela ditadura LGBT de sempre, com inserção de uma personagem pra fortalecer a pauta. Na boa? Achei desnecessário, principalmente na década de 80, pra quem lembra esse assunto era um completo tabu naquela época.
Não bastasse tudo isso a personagem principal parece ter sofrido uma lobotomia, pois passa a temporada inteira só tomando na cabeça, sem falar da falta de coerência total nos encontros e desencontros desse roteiro que parece estar no mundo invertido de tão non-sense. Os quebra-cabeças desvendados pelos personagens deixariam Sherlock Holmes com inveja, o poder de criatividade e imaginação desses adolescentes beira o absurdo. Dou nota 5,5 a 6 no máximo. Ah, tem os episódios novos com mais de uma hora de duração (sério, parece que não acaba nunca).
Enfim, Não chega a ser tempo perdido, mas perde muito para as primeiras temporadas. Uma pena, espero que a segunda parte nos traga algo que tenha coerência, mas pelo caminhar desse demogorgon acho difícil.

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