A disputa judicial em torno de uma das músicas infantis mais famosas do planeta chegou ao fim na Coreia do Sul. Depois de seis anos de idas e vindas nos tribunais, a Suprema Corte do país rejeitou de vez a ação movida pelo compositor americano Jonathan Wright contra a Pinkfong, criadora do hit global “Baby Shark”. Wright, que se apresenta como Johnny Only, alegava que a versão lançada pela empresa em 2015 teria copiado o arranjo que ele gravou em 2011.
A briga começou em 2019, quando Wright pediu cerca de 30 milhões de won (aproximadamente 21,6 mil dólares) em indenização, alegando semelhanças na estrutura, melodia e no famoso refrão “doo doo doo doo doo doo”. Ele defendia que seu trabalho transformava a tradicional cantiga de acampamento em algo novo o suficiente para receber proteção autoral.
Os juízes, no entanto, não compraram o argumento. Tanto a Suprema Corte quanto as instâncias anteriores concluíram que a canção segue sendo um canto popular de domínio público e que a adaptação de Wright, apesar de mais “limpa” e direcionada ao público infantil moderno, não trouxe a originalidade necessária para ser registrada como obra protegida. O entendimento reforça a regra de que, para transformar algo do domínio público em propriedade intelectual, é preciso adicionar um nível significativo de criação própria.
Do lado da Pinkfong, a defesa sempre sustentou que seu “Baby Shark” foi uma releitura independente, com arranjo pop moderno, coreografias e visuais coloridos, um pacote que conquistou o mundo. Lançado no YouTube em 2016, “Baby Shark Dance” é hoje o vídeo mais visto da plataforma, com mais de 16 bilhões de visualizações, e impulsionou um império de produtos, de aplicativos a shows ao vivo e filmes.
Com a decisão final, Wright não pode mais reivindicar direitos sobre a versão da Pinkfong, mas ainda pode licenciar sua própria gravação de forma independente. Enquanto isso, a empresa sul-coreana continua nadando de braçada no universo do entretenimento infantil, mantendo firme o domínio sobre seu tubarãozinho que conquistou crianças (e atormentou adultos) no mundo todo.
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