Se você acha que ter um nome difícil de pronunciar ou soletrar já é complicado, imagine ter um sobrenome que simplesmente faz sistemas entrarem em colapso. Pessoas com o sobrenome “Null” enfrentam problemas constantes em formulários online, bancos de dados e sistemas comerciais ao redor do mundo.
Este termo “Null” foi introduzido há 60 anos pelo cientista da computação britânico Tony Hoare para representar “ausência de valor” em bancos de dados.
O problema é que, quando sistemas encontram esse sobrenome preenchido em formulários por exemplo, muitas vezes o interpretam como um campo vazio, causando erros inesperados.
A estilista Nontra Null, por exemplo, contou ao Wall Street Journal que já enfrentou diversas complicações por causa do nome, incluindo o atraso no processamento de seu visto para a Índia em 2014.
“Eu tive que aceitar mentalmente que não poderia viajar”, disse ela, após ser informada de que seu nome não poderia ser processado pelo sistema do consulado.
No fim, seu visto chegou apenas alguns dias antes do embarque.
Para evitar problemas, ela começou a usar seu sobrenome de solteira, Yantaprasert, ou a combiná-lo com “Null” em alguns cadastros.
Ainda assim, continua recebendo correspondências e pacotes destinados a outras pessoas porque sistemas automáticos acabam direcionando tudo para ela.
Outro caso curioso é o de Joseph Tartaro, um auditor de segurança de 36 anos que, há uma década, decidiu personalizar sua placa de carro com a palavra “NULL”.
Sua ideia era que qualquer multa recebida talvez não pudesse ser processada corretamente. Mas o tiro saiu pela culatra: ele passou a receber centenas de multas erradas, pois, no sistema de trânsito, “null” é frequentemente usado para indicar a ausência de dados e acabou sendo vinculado à sua placa.
O problema chegou ao ponto de sua seguradora o contatar alegando que ele havia se envolvido em dois acidentes em cidades diferentes no intervalo de apenas 48 horas.
“Minha esposa fica muito brava com isso e odeia que eu ainda mantenha essa placa”, disse Tartaro.
O pesquisador da Microsoft, Daan Leijen, explicou ao WSJ que o problema é complexo porque está amplamente disseminado. No entanto, a Microsoft evita o uso de valores “null” em seus sistemas, ao contrário de muitas outras plataformas.
Isso nos faz pensar que temos sorte de não termos nomes que causam problemas em sistemas, não é mesmo?
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