A série The Acolyte entra em sua reta final trazendo mais um episódio composto apenas de cenas em flashback. Nele voltamos para o planeta de Brendok, mas desta vez sob o ponto de vista dos Jedi e sua investigação que ocorria por lá. Em termos mais simples, é a mesma história vista no Capítulo 3, mas agora mostrando o que realmente ocorreu – e não apenas o que Asha sabia daquele dia.
Em minha honesta opinião, achei os pontos que abordaram importantes para a narrativa sim. No entanto, tudo o que foi mostrado cabia no próprio flashback mostrado no início da temporada – se tornando desnecessário trazer dois episódios de oito contando o mesmo acontecimento, mas sob óticas diferentes.
A verdade em The Acolyte
Como disse acima, o sétimo capítulo de The Acolyte traz a verdade da chegada dos Jedi em Brendok e o que houve de fato com a base em que as bruxas viviam. Em termos mais simples, nada mudou: Sol, Indara e Kelnacca continuam errados em ter invadido o lugar e desconsiderando sua cultura/vivência e as mulheres apenas se defenderam desta autoridade que tentam impor.
A coisa se agrava mais com a insistência de Sol, que passa de um sábio mestre e um dos poucos que carregavam carisma dentro da trama para alguém que provocou uma verdadeira tragédia, baseado em conceitos que não se aplicavam ali. A partir disto, vemos um conjunto de falhas de quase todos – menos de Indara, que me deixou até surpreso – para contornar a situação e conseguir sair do planeta com Asha.
Era necessário outro flashback completo em The Acolyte? Não, não era. Veja bem, a série já tem poucos episódios, 8 no total. Destes, dois são focados em contar uma história no passado e se perdem mostrando dois pontos de vista da mesma narrativa. Poderiam ter incluso tudo de uma vez só, mas escolheram dar toda esta volta para fins de manter um mistério (que nem impacta tanto, diga-se de passagem) e estender um pouco mais sua trama.
Vocês que acompanham sabe que eu até gostei do episódio 3, não sou fã de flashbacks e ainda assim estava “ok” com tudo o que foi apresentado nele. Porém, gastar o sétimo capítulo com a mesma história sendo recontada não me caiu bem. Me fez lembrar de O Livro de Boba Fett, que brincava com este recurso de forma insistente também. Talvez seja um hábito ruim da Lucasfilm com a franquia Star Wars em seriados.
Há coisas boas, mas a que custo?
Esta brincadeira de voltar ao passado de forma contínua em The Acolyte traz um grande problema estrutural – a falta de conexão com os personagens que seguem no tempo presente. Poderíamos ter passado um tempo maior com Asha, Qimir, Mae e até com Vernestra – ampliando mais este cenário que se montou com a batalha em Khofar e seus eventos posteriores.
Teve coisa boa? Sim, como conhecermos um pouco mais de Torbin como um padawan (que possui alguns traços de um tal de Anakin Skywalker) e até mesmo trazendo a nós a tão esperada cena de Kelnacca usando um sabre de luz e lutando com seu uso. Uma pena que até esta luta tenha sido a “errada”, mas matou a vontade de vê-lo em um combate real. Além disso, ver que ele deu conta de Torbin e Sol sozinho me fez enxergar o quanto que devia ser ameaçador enfrentá-lo.
De resto, só vimos explicações que poderiam ter sido feitas em questão de uns cinco minutos no máximo e repetição de momentos já vistos – apenas sobre outra ótica. Como o próximo episódio já é o último, eu esperava por respostas, mas também queria ver uma aceleração da trama do presente e um encaminhamento para o seu grand finale já sendo apresentado. Pelo visto, teremos algo “estendido” na próxima semana para compensar isto.
E continuando minha honestidade, eu esperava um pouco mais da série. Suas ideias são interessantes, o período histórico em Star Wars traz uma ampla gama de possibilidades e até os personagens são bons – mesmo com suas falhas. Porém, em questão de ritmo (dois episódios de introdução, flashback, mais três de combate e de consequências, flashback…) não me agradou.
The Acolyte será exibido semanalmente todas as terças-feiras a partir das 22h na Disney+. Veja mais em Críticas de Séries!
