Os dois primeiros episódios de The Acolyte já estão disponíveis na Disney+ e trazem uma história mais antiga, que ocorre antes mesmo da trilogia prequel e aborda o período da “Alta República” – 100 anos antes de Anakin Skywalker, aproximadamente.
Nesta era, os Jedi se espalhavam cada vez mais pela galáxia muito, muito distante e agiam como uma verdadeira força de elite da lei. Porém, as coisas começam a sair do eixo quando uma deles é cruelmente assassinada em combate. Afinal de contas, quem conseguiria matar um Jedi e, ainda mais importante, porquê?
Os dois lados de The Acolyte
Para mim, The Acolyte já ganhou um crédito por trazer um mistério logo de cara e por trabalhar o conceito de irmãs gêmeas de lados opostos. Asha foi encontrada em meio a uma tragédia em seu planeta – que matou sua família. Ela foi levada pelo Mestre Sol e outros Jedi, guiada para um treinamento que acabou não dando certo, mas que manteve seu bom relacionamento com a Ordem e seus membros.
Já Mae é a irmã que provocou a tal tragédia por razões desconhecidas, acreditando que estes Mestres Jedi na verdade mataram sua irmã e seguindo em uma jornada de vingança para assassinar cada um deles. Para isso, ela também treinou, mas ao invés de contar com o apoio da Ordem, ela encontrou um Mestre que utiliza métodos “alternativos” (alerta de Sith aqui).
A narrativa de The Acolyte que inicia na investigação sobre o assassinato da Mestre Indara e segue até um impactante reencontro das irmãs é guiado por um clima muito interessante de que “há algo errado” ali. A motivação das duas segue por caminhos turvos, assim como a Ordem Jedi não parece ser tão cheia de valores e ideais – principalmente para quem concorda que seu fim foi benéfico ao universo.
A atuação de todo o elenco está muito boa, começando por Asha e Mae que são interpretadas por Amanda Stenberg e realmente soam como pessoas completamente distintas. Lee Jung-jae como Mestre Sol também brilha muito em cena e já ganhou meu favoritismo, agindo como um Obi-Wan daquela época.
Charlie Barnett como o Jedi Yord também não é pequeno, agindo como um intrigante contraponto dentro das ações dos demais. Ao menos parece ser o único com intuito de seguir as ordens do Conselho Jedi. Já Dafne Keen está irreconhecível como Jecki, mas isso não significa que a personagem é deixada de escanteio e mostra muita utilidade dentro de The Acolyte.
Puro suco de Star Wars
Sendo bem honesto, estes não foram os únicos fatores que me fizeram gostar destes dois primeiros episódios. As coreografias de luta estão excelentes e faz muito tempo que não vejo cenas tão impressionantes com ou sem uso dos sabres de luz. Mae, por exemplo, usa pequenas adagas e todas as batalhas em que entra se mostram tão insanas e mortais quanto da principal arma da franquia.
Outro ponto que achei muito legal em The Acolyte é pela variedade de personagens que estão sendo apresentados. Kelnacca, por exemplo, é um wookie que está na Ordem Jedi e ele deve suprir a necessidade que você não sabia que tinha de ver algo semelhante ao Chewbacca dominando a Força. Confesso que bradei que se no próximo episódio ele não utilizar um sabre de luz, cancelo minha assinatura da Disney+ (não cancelarei, mas é algo obrigatório de ser mostrado).
Os cenários, conflitos e toda a narrativa básica de “gêmeas de lados opostos” se misturaram de uma forma bem interessante por aqui e, ao menos neste começo, chamam a atenção e me dão motivação para continuar assistindo. Sabemos que as coisas podem sair dos eixos (Ahsoka e Obi-Wan são um grande exemplo disso), mas não é um crime ter esperanças.
Outro ponto bacana é não saber onde esta história pode parar. Em The Mandalorian, por exemplo, já vimos o que tinha rolado antes e depois. Em Ahsoka e Obi-Wan Kenobi, também. Andor, a mesma coisa. Já uma série que se passa no período da Alta República pode nos guiar para qualquer lado – o que se torna um fator bem relevante no mistério e no que impactará dentro da franquia.
The Acolyte será exibido semanalmente todas as terças-feiras a partir das 22h na Disney+. Veja mais em Críticas de Séries!