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The Mandalorian – T3xE5 | Crítica: O Reinício

Confesso que, até uma grande parte deste quinto episódio de The Mandalorian, eu acreditava que isto tudo o que foi apresentado estava sendo um filler de luxo. Em “O Pirata” vemos o ataque do bando que atormentou Nevarro ao planeta, se vingando dos tripulantes de seu bando que morreram enfrentando Din Djarinn no início desta temporada.

No entanto, caros leitores, não se enganem. É aqui que tudo o que foi deixado pontas e mostrado como um arco “separado” da trama principal começa a se interligar. Da fuga de Moff Gideon, a presença de Elia Kane em Coruscant e até mesmo a paz momentânea que Nevarro estava vivendo sob a tutela do Alto Magistrado Greef Karga. A própria Aliança Rebelde começa a notar que algo estranho está surgindo à sua frente e investigar alguns fatores.

Enquanto isso, o próprio protagonista da série assume o seu papel como herói e vai ao resgate de seu amigo das garras da pirataria espacial. Sob a promessa de terem uma terra por lá para chamar de lar, todo o bando sai em defesa do lugar e começam a dar os primeiros passos para o que está sendo visto como a retomada de Mandalore.

Mais confusão em Nevarro dará problemas para Greef Karga

Junto e misturado em The Mandalorian

Eu compreendo perfeitamente a ideia de The Mandalorian entrar ainda mais na estrada que foi percorrida em Star Wars, já que como spin-off ele tem de complementar uma história que já existe e cujo passado e futuro foram definidos nos cinemas. Sabemos tudo o que ocorreu antes do seriado, assim como já vimos a forma que a Galáxia assumiu alguns anos depois destes eventos.

No entanto, me deixa um tanto confuso estas voltas que o roteiro dá e torna a experiência mais complexa do que deveria ser. Sendo bem sincero, como vocês leram aqui, eu gostei do episódio de Coruscant. Sabia que isso seria usado depois. Assim como o início da temporada em Nevarro me deixou empolgado. Confesso que tinha ignorado o fato da Aliança Rebelde continuar por aí, mas sabia que eles estavam fazendo algo. Estes elementos foram trabalhados previamente e tinham brechas para serem retomados.

Ainda assim, para mim o plot central continua sendo na jornada de Din Djarinn e Grogu. Eles retornaram para o seu grupo, ao lado de Bo-Katan e os últimos episódios acredito que foi avançado o que demorou duas temporadas inteiras para mostrarem. O início do treinamento de Grogu, o fato do protagonista estar pensando mais no conjunto do que em seu trabalho como mercenário, como está a guilda de mandalorianos…tudo isso estava se formando algo para mim.

Vamos ser sinceros, estava ótimo assistir a este ciclo

No episódio 5 isso continua avançando? Sim, porém tem algo curioso em The Mandalorian que dita o ritmo desta saga. Tirando o episódio de Coruscant, todos os demais demonstram um avanço enorme na mitologia desta classe e da queda de seu planeta. Com o foco neles, tudo passou a ficar ainda mais claro e eu esperava que continuasse assim. Mesmo desta forma, acredito que este foi outro que retomaram o avanço mais lento em prol de abraçar ainda mais a sua franquia maior.

Eu gostei do episódio, não achei ele ruim. Porém, temos de concordar que ele quebra um tanto do ritmo que acompanhamos até aqui. De momentos importantes dos pouco mais de 40 minutos, não juntam cinco. A missão de Bo-Katan dali em diante, o discurso de Din Djarinn e tudo mais passa rapidamente na tela enquanto este universo compartilhado dita todo o ritmo do resto do tempo. Para mim, deveria ocorrer justamente o contrário e era o que tanto gostei do início até aqui.

A aventura de Bo-Katan só avança ao fim

Uma galáxia muito, muito distante

É legal termos uma interação em Star Wars, assim como foi com a aparição de Luke Skywalker por exemplo. Não me entendam errado, eu amo ligações do gênero. Só que eu não consigo comprar a ideia de mover todo o conteúdo e construção para isso se encaixar melhor. Temos de combinar, o Universo Cinematográfico Marvel está ruindo aos poucos por conta disso: sacrifícios de boas histórias individuais para preencherem as conexões entre as mitologias.

Se fosse um episódio de The Mandalorian com mais do treinamento de Grogu, alguma missão de reconhecimento dos demais em Mandalore para checarem as informações vistas pela dupla Din Djarinn e Bo-Katan ou qualquer coisa do gênero, teria me agradado ainda mais. O coitado do sabre negro, que parecia um elemento tão importante na trama, segue esquecido. Não era o responsável por unir toda a tribo de volta e transformar seu usuário no líder?

Alguém se lembra do Sabre Negro?

Aí chegamos para ver mais de Elia Kane (que é ótima, mas não acho que se encaixou bem no meio disso tudo durante o episódio), da Aliança Rebelde, de Greef Karga em Nevarro e até dos piratas que desejavam se vingar dele. Inclusive, achei uma baita bola fora manterem Vane vivo, insinuando que vamos ter mais disso em algum episódio no futuro. Ou em outra série, vai saber.

Ao fim mesmo que vi uma certa moção da trama para um novo arco, qual mostrou como tudo tem se encaixado…mas depois de dar uma volta completa em seu público. Acho legal a forma como estão contando a história, mas em minha concepção isso funcionaria muito mais em uma maratona do que no formato semanal. Você assistir um capítulo e esperar pelo próximo distancia os fãs do que estava sendo construído, principalmente quando quer se dar um aprofundamento maior e trabalhar suas conexões.

Se eu pudesse terminar este e já seguir para o próximo, com toda a certeza não encontraria tantos problemas da forma como foi realizado. Ou se tivesse passado do episódio anterior para este, talvez a hype fosse maior. Agora teremos de aguardar até a semana que vem para ver onde isso vai cair e torcer para não termos mais voltas e ligações com o universo Star Wars no caminho do nosso protagonista.

The Mandalorian é exibido todas as quartas-feiras a partir das 5h na Disney+. Veja mais em Críticas de Séries!

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