O TikTok pode estar se reinventando novamente no mercado norte-americano. Segundo informações divulgadas pelo site The Information, a plataforma estaria desenvolvendo discretamente uma nova versão do aplicativo voltada exclusivamente para os usuários dos Estados Unidos, com previsão de lançamento já para o dia 5 de setembro, pouco antes do fim do novo prazo estabelecido pelo governo para a venda ou banimento do app no país.
Esse prazo é 17 de setembro e marca a terceira prorrogação feita por Donald Trump, que adiou a aplicação de uma lei sancionada ainda durante a administração Biden. A legislação, mantida pela Suprema Corte, exige que a ByteDance, empresa chinesa dona do TikTok, se desfaça de suas operações nos EUA ou enfrente uma proibição completa da plataforma no país. Desde que assumiu o cargo, Trump suspendeu a aplicação da lei e vem estendendo os prazos desde então.
A ideia de lançar uma versão americana do TikTok parece ser parte de uma estratégia para manter o aplicativo funcionando enquanto uma venda está em negociação. Segundo apuração, a ByteDance planeja encerrar a versão atual do TikTok até março de 2026.
Enquanto isso, Trump declarou recentemente à Fox News que um grupo de “pessoas muito ricas” está em negociações para adquirir a plataforma. “Vamos revelar quem são em algumas semanas”, afirmou, dizendo ainda que, embora o acordo precise ser aprovado pelo governo chinês, ele acredita que o presidente Xi Jinping vai autorizar.
Em um comunicado oficial sobre o novo adiamento, o TikTok agradeceu a postura de Trump: “Somos gratos pela liderança do presidente Trump e pelo apoio em garantir que o TikTok continue disponível para mais de 170 milhões de usuários nos Estados Unidos e para 7,5 milhões de empresas americanas que dependem da plataforma. Seguimos trabalhando em parceria com o gabinete do vice-presidente Vance.”
A movimentação é mais um capítulo na longa batalha política em torno da popular rede de vídeos curtos. Parlamentares dos dois partidos vêm apontando o TikTok como um risco à segurança nacional, preocupados com a possibilidade de compartilhamento de dados com o governo chinês, algo que a ByteDance e o próprio TikTok negam veementemente. Mesmo assim, no ano passado, o Congresso aprovou com ampla maioria uma legislação que obriga a empresa a vender sua operação americana ou perder acesso ao mercado local.
A situação fica ainda mais complicada diante da relação instável entre EUA e China. As medidas comerciais impostas por Trump reacenderam as tensões, com tarifas pesadas sobre produtos chineses. Apesar de um cessar-fogo momentâneo nas disputas e negociações em andamento, que resultaram na suspensão temporária de algumas tarifas, o cenário continua frágil e sujeito a mudanças rápidas.
Agora, a grande dúvida é: será que essa nova versão americana do TikTok será suficiente para acalmar os reguladores e garantir a permanência da plataforma no país, ou trata-se apenas de uma solução provisória em meio a um impasse geopolítico muito maior? Uma coisa é certa: o tempo está correndo.
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