Após dois filmes que fizeram todos se emocionarem nos cinemas, a Turma da Mônica está pronta para migrar ao formato de seriado, transmitido pela Globoplay. Porém, muita gente está se perguntando se este será o principal foco a partir de agora, ao invés de produzirem um novo filme. Não é que não haja história para contar, já que a sequência natural de Laços e Lições seria Lembranças. E o foco é justamente na relação entre Mônica e Cebolinha, dois grandes amigos e antagonistas nos gibis.
A resposta disso é mais simples de se compreender quando comparamos com outros conteúdos que contam com a presença de crianças no elenco. Vamos ser sinceros, Stranger Things hoje passa longe de ser sobre os pequeninos e atualmente os atores chegaram na adolescência, quase indo para a fase adulta, sendo que ainda nem vimos os eventos da quarta temporada do conteúdo. Se formos analisar, Cobra Kai segue o mesmo trajeto, com os jovens atores já chegando à fase adulta e os menores atingindo a puberdade.
Se formos colocar o grupo do Limoeiro na conta, o primeiro filme que eles trabalharam foi em 2019. Já se passaram 3 anos desde que essa história começou e o crescimento deles já está perceptível desde a sua sequência, que chegou no ano passado. Atualmente eles já estão na faixa dos 14/15 anos e logo não dará mais para passá-los como as crianças mais famosas das histórias em quadrinhos do Brasil. Não que isso não poderá ser tentado, mas o ato de convencer o público fica cada vez mais distante.
O tempo passa até para a Turma da Mônica
Todos nós sabemos que o processo de filmar um longa-metragem não acontece do dia para a noite. Há a escrita do roteiro, pré-produção, reuniões, discussões, gravações e diversos outros fatores que acontece após todo o procedimento. No mínimo demoraríamos até 2023 ou, se não estivéssemos com sorte, 2024 para vê-los novamente nas telonas em um terceiro Turma da Mônica. Isso já aumentaria a escala de idade deles e ninguém sabe como estará a voz deles, tamanho e diversos outros fatores.
Vamos combinar, se até os pequenos do Harry Potter se cansaram em certo ponto da franquia, como fica se um deles resolve abrir mão de atuar ou não renova um dos contratos. Certo que há responsáveis legais por cuidar disso, mas a vontade deles sempre tem de ser levada em consideração. São muitos fatores para se debater e discutir, mostrando que é uma árdua tarefa segurar as pontas quando há crianças no centro da trama.
Aí entra a facilidade do mundo dos seriados no meio disso. Em uma temporada dá para se contar histórias que não cabem no cinema e, dependendo do tempo de filmagem, isso não acaba sendo afetado muito pela idade que elas tem. Principalmente por não exigir efeitos visuais de Hollywood nem nada do gênero. Dá para fazer no mínimo duas ou três temporadas no mesmo tempo que veríamos um filme ou dois. E se ficar muito visível o crescimento dos quatro, basta dar o “time skip” da Turma da Mônica Jovem e continua o show. Simples assim.
Há outro fator que é o excesso de personagens que foram adicionados à franquia. Ainda que no primeiro haja a participação de alguns, no segundo isso é potencializado para abraçar mais ainda o universo dos gibis. Marina, Humberto, Nimbus, Do Contra e diversos outros entram e vamos combinar que muitos deles são tão queridos quanto os quatro centrais. Como desenvolvê-los de uma forma que continue honrando o material original em apenas duas horas de um filme? Trazer episódios onde a sua história se entrelaça e é aprofundada faz bem mais sentido.
Novas abordagens com este movimento
Movendo todo esse núcleo para um seriado, também abre uma imensa vantagem para o surgimento de novos destaques. Como já sabemos, um longa-metragem do Chico Bento já está em produção e deve expandir ainda mais o que vemos nas revistinhas. Não duvido nada que veremos em breve também algo relacionado à Tina, Rolo e Pipa com historias que abracem o público mais jovem. Com o advento das redes sociais e personagens mais do que cativantes, só não vê um grande apelo aí quem não quer.
Tudo isso ainda pode ser discutido e há vários fatores que devem ser levados em consideração. Porém, é inegável que o caminho será facilitado até demais com a Turma da Mônica migrando para as telinhas. Até em sentido de abordagem, se vermos um pouco mais do clima descontraído e bem-humorado dos gibis seria ainda mais cativante. Histórias mais simples, mesmo dentro de uma trama elaborada, continuam sendo excelentes alívios para vermos como eles são: apenas crianças.
O que o futuro reserva para Cebolinha, Mônica, Magali e Cascão é incerto, mas tenho a certeza de que migrar para os seriados é uma opção melhor. Garante para nós mais tempo vendo esse show de talentos infanto-juvenil e aproveita mais eles em tela do que fariam nos cinemas. Abrindo as portas para outras produções no processo, quem sabe um dia não veremos algo relacionado ao Astronauta, que também tem graphic novels inspiradíssimas ou algum longa em CGI do Horácio ou Jotalhão? Vale a pena sonhar.
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para mim faziam logo uma novela igual o SBT faz
tem personagens o suficiente para não ficar enjoativo, e eles conseguem muito conteúdo e mal dá para ver os atores mirins crescendo.
como o proprio artigo diz, não há necessidade de efeitos especiais elaborados e demorados, e ia ser muito bom ver diariamente as aventuras da turma do limoeiro em live action.
Pra mim o grande erro foi demorar para iniciar as gravações de Lições. Esperar para ´ver se teria sucesso´ além de uma falha foi uma tremenda falta de confiança.
Porém, financeiramente me parece que um seriado tem vantagens, vide o que ocorreu com universos como Marvel e Star Wars.