Um Sonho de Liberdade é um daqueles filmes que parecem intocáveis. Lançado em 1994, dirigido por Frank Darabont e baseado em um livro de Stephen King, virou presença constante em listas de melhores filmes de todos os tempos.
Para muita gente, é simplesmente perfeito do jeito que é. Só que uma reviravolta nos bastidores pode abrir caminho para uma nova adaptação da história de Andy Dufresne.
De acordo com um relatório publicado pelo Puck, Stephen King acionou oficialmente seu direito de rescisão de copyright contra a Warner Bros., que controla Shawshank desde que comprou a Castle Rock Entertainment em 1996.
King sempre foi rígido com a gestão de seus direitos. Como boa parte da sua renda vem do licenciamento de histórias, ele costuma cobrar a reversão dos direitos quando percebe que um estúdio não está fazendo nada com o material.
A lei de copyright dos EUA permite que autores recuperem os direitos depois de 35 anos, abrindo espaço para renegociar contratos ou levar a obra para outro estúdio.
Essa situação lembra muito a briga que praticamente congelou a franquia Sexta-Feira 13. O roteirista Victor Miller conseguiu recuperar os direitos do primeiro filme, o que deixou Jason preso em limbo jurídico até que todas as partes conseguissem chegar a um acordo.
Agora, com a notificação enviada por King, o futuro de Um Sonho de Liberdade se divide em dois caminhos bem claros.
O primeiro é o mais agressivo: a Warner Bros. pode tentar correr contra o relógio e fazer um remake às pressas só para manter o controle sobre a obra. Em Hollywood, isso é mais comum do que parece.
Quando King enviou uma notificação parecida sobre Cemitério Maldito, a Paramount acelerou o remake de 2019 justamente para garantir um novo copyright antes que os direitos voltassem totalmente ao autor.
Um novo filme, mesmo que mal recebido, criaria outro conjunto de direitos derivados que a Warner poderia segurar por décadas.
A outra possibilidade é a Warner decidir não se queimar. A empresa pode tentar renegociar com King e oferecer um acordo mais lucrativo para manter os direitos sem precisar tocar no clássico.
Se isso não acontecer e a obra voltar para o autor, ele ganha liberdade total para vendê-la a outra produtora, que certamente entraria em disputa acirrada por algo tão valioso. Nesse cenário, seria fácil imaginar um streaming tentando transformar Shawshank em minissérie prestigiada ou até em um novo longa com outra abordagem.
Também existe a chance de King simplesmente engavetar tudo e preservar a história como está, algo que não seria estranho vindo de um autor tão protetor com suas criações.
Por enquanto, nada está decidido. Mas a simples possibilidade de um reboot de Um Sonho de Liberdade já é suficiente para deixar Hollywood agitada, e fãs do filme clássico um pouco apreensivos.
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