A vida é feita de contrastes, e é justamente essa dualidade entre leveza e escuridão que o artista Luke Chueh explora em sua nova exposição individual, Making Light of the Darkness, em cartaz até 6 de setembro de 2025 na Harman Projects, em Nova York. Ursos e coelhos antropomórficos ganham os holofotes.
Com um estilo visual minimalista e emocionalmente carregado, Chueh coloca ursos e coelhos antropomórficos no centro de cenas que retratam as contradições e angústias da existência contemporânea. Seus personagens, muitas vezes solitários em composições sóbrias, transmitem sentimentos complexos com poucos elementos: um olhar vazio, uma postura curvada, mãos enfiadas no bolso de um moletom.
Em Strings Tied, por exemplo, uma figura encapuzada tenta se esconder em sua própria roupa, ao mesmo tempo que parece pedir por atenção. Em outras obras, microexpressões misturam alegria e melancolia de forma tão genuína que é quase impossível não se identificar.
Uma das peças mais emblemáticas da mostra é a releitura do meme “This is fine”, no qual um cão toma café tranquilamente em uma sala em chamas. Na versão de Chueh, um urso substitui o cachorro, mas, em vez de sorrir, ele permanece imóvel, com olhar vazio e resignado, enquanto o fogo se aproxima. A cena torna-se uma metáfora potente e dolorosamente familiar sobre como muitas pessoas lidam com crises pessoais e coletivas.
Luke Chueh, que é baseado em Los Angeles, tem um talento singular para comunicar grandes questões através de imagens aparentemente simples. Seus animais humanizados agem como espelhos, não falam, mas expressam; não acusam, mas questionam.
A exposição segue em Nova York por pouco mais de um mês, e é uma daquelas que consegue ser, ao mesmo tempo, delicada e impactante. Para quem curte arte que mexe com a cabeça, e o coração, é parada obrigatória.
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