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Venus Aerospace faz história com teste bem-sucedido de motor hipersônico RDRE

Na manhã do dia 14 de maio, no Spaceport America, no Novo México, a startup Venus Aerospace, sediada em Houston, entrou para a história ao realizar o primeiro voo de teste nos Estados Unidos com um motor hipersônico do tipo RDRE (Rotating Detonation Rocket Engine).

A tecnologia, que promete revolucionar o transporte de alta velocidade, pode viabilizar voos de Los Angeles a Tóquio em menos de duas horas.

Diferente dos motores de foguete tradicionais, que funcionam com combustão contínua, o RDRE opera de forma completamente diferente.

Ele utiliza ondas de choque supersônicas, detonações controladas, para gerar mais empuxo com menos combustível.

Esse ganho de eficiência torna o voo hipersônico (acima de Mach 5, cinco vezes a velocidade do som) não apenas possível, mas também viável em escala.

“Construímos um motor que não só funciona, como funciona de forma estável e eficiente — e é isso que o torna escalável,” explicou Andrew Duggleby, diretor de tecnologia da Venus.

O motor tem um design compacto e alto desempenho, projetado para funcionar em conjunto com o VDR2, um ramjet hipersônico que respira ar, também desenvolvido pela empresa.

Isso significa que, no futuro, uma aeronave equipada com esse sistema poderá decolar de pistas convencionais e atingir velocidades de até Mach 6 sem depender de grandes propulsores de foguete.

Este foi o primeiro teste de voo de um RDRE nos EUA e, possivelmente, no mundo. “Nenhuma empresa ou país chegou perto desse nível de desempenho,” afirmou Duggleby, destacando que o motor manteve a queima por sete segundos durante o voo e atingiu altitudes superiores às de testes anteriores realizados na Polônia.

A missão foi cuidadosamente planejada para integrar o RDRE com tecnologias apoiadas pela NASA, em uma colaboração estratégica com agências federais para acelerar o desenvolvimento da aviação hipersônica. “Esse marco mostra que nosso motor funciona fora do laboratório, em condições reais de voo,” disse Duggleby.

A CEO e cofundadora da Venus, Sassie Duggleby, reforçou a visão da empresa: “Ao provar que esse motor funciona fora do ambiente controlado, damos um passo concreto rumo a um futuro onde viagens hipersônicas, cruzando o planeta em menos de duas horas, se tornam realidade.” O grande objetivo da empresa é o Stargazer M4, uma aeronave de passageiros reutilizável capaz de voar a Mach 4 e que promete transformar o setor da aviação comercial.

O mercado de tecnologia hipersônica deve ultrapassar US$ 12 bilhões até 2030, impulsionado por demandas da defesa, aeroespacial e aviação comercial.

A solução da Venus combina eficiência, escalabilidade e custo mais acessível, sendo atraente tanto para aplicações militares quanto civis.

Para o Departamento de Defesa dos EUA, o motor pode permitir mísseis e aeronaves de longo alcance. Para o setor comercial, pode inaugurar uma nova era de viagens ultrarrápidas sem precisar de grandes mudanças na infraestrutura atual.

“Esse é o alicerce de que precisávamos,” concluiu Andrew Duggleby. “Combinado ao nosso ramjet, temos agora um sistema completo, do solo até o voo hipersônico sustentado.”

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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