Virginia Woolf é uma das escritoras britânicas mais influentes do mundo literário. Conhecida por narrativas de “fluxos de consciência”, é autora de inúmeras novelas renomadas, entre elas “Mrs. Dolloway” (1925) e “Um Teto Todo seu” (1929).

Hoje, suas histórias são consideradas como um “feminismo inspirador”.

“Uma mulher deve ter dinheiro e um teto todo seu se ela quiser escrever ficção”

Em 1900, Virginia começou a escrever profissionalmente para o jornal Times Literary Supplement, e seu primeiro romance,  “The Voyage Out”, foi publicado em 1915.

Ela integrou o Bloomsbury Group, uma comunidade para autores notáveis como T.S Eliot e E.M Foster. Lá, conheceu seu futuro marido, Leonard Woolf. Os dois se casaram em 1912 e se mudaram para uma casa no campo conhecida como Monk’s House, onde viveram até a morte de Virginia, em 1941.

Acometida por transtorno bipolar grave e diagnosticada desde os 13 anos de idade, a escritora tinha fortes crises maníaco-depressivas e tentou pelo menos duas vezes tentativas de suicídio. Em seu diário, descreveu uma das crises como uma “pulsação desenfreada, com um sentimento de grande excitação incontrolável, seguindo-se um estado da mais profunda depressão e auto-acusação”.

Durante os ataques, Virginia conversava incessantemente e os assuntos ficavam cada vez mais incoerentes, até que suas quatro enfermeiras que a acompanhavam, tinham que segura-la.
Na manhã de 28 de março de 1941, ela foi ao seu estúdio no jardim, como de costume, e escreveu cartas de despedida para o marido e sua irmã, nas quais dizia estar prestes a enlouquecer novamente e, temendo as alucinações auditivas, encheu os bolsos de pedras e se afogou no rio Ouse, perto de Sussex.

“Querido,
Tenho certeza de que enlouquecerei novamente. Sinto que não podemos passar por outro daqueles tempos terríveis. E, desta vez, não vou me recuperar. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Por isso estou fazendo o que me parece ser a melhor coisa a fazer. Você tem me dado a maior felicidade possível. Você tem sido, em todos os aspectos, tudo o que alguém poderia ser. Não acho que duas pessoas poderiam ter sido mais felizes, até a chegada dessa terrível doença. Não consigo mais lutar. Sei que estou estragando a sua vida, que sem mim você poderia trabalhar. E você vai, eu sei. Veja que nem sequer consigo escrever isso apropriadamente. Não consigo ler. O que quero dizer é que devo toda a felicidade da minha vida a você. Você tem sido inteiramente paciente comigo e incrivelmente bom. Quero dizer que – todo mundo sabe disso. Se alguém pudesse me salvar teria sido você. Tudo se foi para mim, menos a certeza da sua bondade. Não posso continuar a estragar a sua vida. Não creio que duas pessoas poderiam ter sido mais felizes do que nós.
V.”

Virginia capturava o cotidiano na casa do campo e seus encontros com amigos e os preservava em álbuns fotográficos, que foram digitalizados pela biblioteca Houghton de Harvard, para que possamos visitar os dias vividos por uma das mulheres mais geniais da literatura.

Você pode visitar todos os álbuns acessando este link.

A vida de Virginia Woolf em álbuns de fotografia

Dica: O drama “As Horas”, dirigido por Stephen Daldry, conta a estória de três mulheres, estreladas por Meryl StreepJulianne Moore e Nicole Kidman, que vivem em gerações diferentes e vêem suas vidas conectadas ao livro “Mrs. Dolloway”. No filme, podemos entender um pouco das aflições de Virginia Woolf ao escrever o romance e, ao mesmo tempo, lidar com o transtorno mental.

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