A Warner Bros Discovery entrou com uma ação judicial contra a startup de inteligência artificial Midjourney, acusando a empresa de usar ilegalmente seus personagens icônicos – incluindo Superman, Batman, Scooby-Doo e Pernalonga, para treinar e gerar imagens em seus modelos de IA. O processo, aberto em um tribunal federal de Los Angeles, alega que a Midjourney construiu seu negócio baseado em assinaturas usando material protegido por direitos autorais sem qualquer autorização.
De acordo com a Warner, a empresa não apenas coletou imagens de seus personagens na internet, mas também desativou deliberadamente mecanismos de segurança que antes impediam a geração de conteúdo infringente, e ainda promoveu a mudança como uma “melhoria” para seus usuários. A produtora classifica a decisão como intencional, movida por lucro e realizada com pleno conhecimento dos riscos legais.
O processo apresenta comparações lado a lado entre materiais promocionais oficiais e imagens geradas pela Midjourney. Em um dos exemplos, um still de O Cavaleiro das Trevas é contrastado com uma imagem de Superman gerada por IA olhando para um smartphone. A Warner argumenta que até mesmo comandos genéricos, como “batalha de super-heróis de quadrinhos clássicos”, resultam em personagens que são claramente reconhecíveis como sua propriedade intelectual.
A empresa busca indenização por danos, a devolução de lucros obtidos com o uso do material e uma ordem judicial para impedir que a Midjourney continue usando seu catálogo.
Esse não é o primeiro embate do gênero. No início do ano, Disney e Universal também moveram ações semelhantes contra empresas de IA, citando representações não autorizadas de personagens como Darth Vader e Shrek. A Midjourney ainda não se pronunciou publicamente, mas em casos anteriores sua defesa se baseou na doutrina do “uso justo”, argumentando que as gerações de IA são transformativas e não cópias diretas.
A Warner Bros reforçou que a ação judicial visa proteger não apenas seu conteúdo, mas também parcerias e investimentos criativos em franquias que incluem DC Comics, Hanna-Barbera e Cartoon Network. Com a Midjourney reportedly alcançando 21 milhões de usuários e gerando US$ 300 milhões em receita em 2024, o desfecho deste caso pode definir os rumos da relação entre Hollywood e a mídia sintética, e até onde vão os limites da criatividade artificial.
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