É até chato ficar elogiando semanalmente X-Men 97, porém volto a reforçar que a qualidade desta animação da Marvel em relação ao seu design, roteiro, personagens e também dos arcos que estão adaptando está de um nível que nem me recordo bem a última vez que vi algo assim.
Seguindo os eventos pós-Genosha, vemos a reação dos mutantes à tragédia e como eles lidam com tudo o que ocorreu com seus iguais e amigos/pessoas próximas. Sendo bem honesto, “pedrada” é o termo correto para se usar aqui, com a sua história seguindo rapidamente do 0 ao 100 em questão de segundos.
A sensibilidade de X-Men 97
Um dos destaques que trago aqui neste episódio de X-Men 97 é a sensibilidade. Temos cenas de ação, surpresas, aparições especiais e tudo mais…porém, o que realmente brilha é o toque mais pessoal de cada um em relação ao que aconteceu na ilha de Genosha.
O descontentamento do Fera, a busca de Scott e Jean por “esperança”, o luto da Vampira, o comportamento mais conciliador do Noturno, todos estes elementos se unem e causam grande impacto – tanto na narrativa quanto na sensação de “pertencer”. Eles não são apenas membro de uma equipe de super-heróis. Eles são uma família e deixam isso muito explícito.
Gostei demais deste desenvolvimento em X-Men 97, que também teve seu próprio momento “Bobby, você já tentou não ser um mutante?”, desta vez com Roberto da Costa. A cena com sua mãe é bem forte e explica bem quais são as prioridades da sociedade em relação ao grande debate. Confesso que fui totalmente quebrado pelas expectativas e creio que todos que viram também ficaram surpresos.
Ainda assim, o que mais é destacado neste capítulo é a reação de Vampira a tudo o que ocorreu. Perder Gambit fez uma chave virar em sua cabeça, transformando a heroína em uma verdadeira máquina de vingança. E daí que o exército tem um bunker anti-Hulk? E daí que ela tem de lidar diretamente com Steve Rogers, o Capitão América? A mutante passa por cima de tudo e todos para atingir seu objetivo.
E vale observar, quando ela consegue concluir o que pretende em X-Men 97 é o “fim perfeito” para tudo o que construíram até ali. Suas ações, a reação de seus amigos (ou falta dela, para os mais atentos), toda a simbologia que separa um herói e um vilão, uma pura obra de arte na frente das telinhas.
Construindo o futuro
Faltando apenas três episódios, é importante observar também que tivemos neste sétimo episódio uma série de referências ao que pode ser o futuro do desenho animado. A revolta de Scott Summers, admitindo que Magneto estava correto e todas as ações de Vampira – principalmente contra outros super-heróis do Universo Marvel, emula o que já vimos em Vingadores vs. X-Men.
Se X-Men 97 chegará nisto ou não algum dia é difícil saber, mas que eles dão leve indícios disto a partir de agora é inegável. Também vi um certo flerte com o surgimento das mutações secundárias e a presença de Emma Frost no grupo principal, assim como na presença do misterioso vilão que estava arquitetando tudo em prol de seu plano de exterminar todos os mutantes.
Quem acompanha as redes sociais, já viu o ex-produtor da animação – Beau DeMayo – indicando que os últimos três episódios terão desdobramentos ainda mais intensos para os personagens e tudo o que penso é que, se ela estivesse se encerrando hoje, já teria cumprido seu papel de mostrar o porquê dos mutantes terem liderado por tantos anos a vendas de HQs da editora.
Enquanto muitos debatem sobre a entrada de seus personagens no MCU, o que deve ocorrer ou ao menos ser explicado de algum modo em Deadpool & Wolverine, não pensem nem por um segundo que não desejo ver uma adaptação live-action – PORÉM, este desenho animado é a história definitiva destes personagens e por mais que o otimismo nos cerque, não tem como nos enganarmos: não será tão bom quanto o que está sendo visto agora.
X-Men 97 está sendo exibido na Disney+ todas as quartas-feiras. Veja mais em Críticas de Séries!