Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura e um dos autores alemães mais lidos do mundo, Hermann Hesse (1877-1962) também dedicava seu tempo livre às pinturas e cores.

Desde cedo, Hesse sabia a máxima de sua vida; ou seria escritor, ou não seria nada. Ao romper com sua família religiosa, saiu em busca de sua própria identidade, um árduo processo de realização pessoal que viria a ser tema de seus romances.

Essa busca pela autonomia e por um conceito de religiosidade que não é militante ou missionário, atraiu muitos leitores jovens. Suas ideias foram renascidas na década de 60 com o movimento da contracultura e seguem atemporais.

No livro Demian, ele já dizia: “Homem algum chegou a ser completamente ele mesmo; mas todos aspiram a sê-lo, obscuramente alguns, outros mais claramente, cada qual como pode”.

Sidarta, Narciso e Goldmund, e o Lobo da Estepe são exemplos das histórias abundantes em experiências pessoais, autoanalise e confissões poéticas.

Abaixo você confere uma galeria de aquarelas disponibilizadas pela Biblioteca Nacional de Israel, implementadas com sábios trechos de seus romances.

10 frases e 10 pinturas de Hermann Hesse

“Não creio ser um homem que saiba. Tenho sido sempre um homem que busca, mas já agora não busco mais nas estrelas e nos livros: começo a ouvir os ensinamentos que o meu sangue murmura em mim. Não é agradável a minha história, não é suave e harmoniosa como as histórias inventadas; sabe a insensatez e a confusão, a loucura e o sonho, como a vida de todos os homens que já não querem mais mentir a si mesmos.”

Mas na realidade não há nenhum eu, nem mesmo no mais simples, não há uma unidade, mas um mundo plural, um pequeno firmamento, um caos de formas, de matizes, de situações, de heranças e possibilidades.

“Ninguém pode ver nem compreender nos outros o que ele próprio não tiver vivido.”

“A única realidade é aquela que se contém dentro de nós, e se os homens vivem tão irrealmente é porque aceitam como realidade as imagens exteriores e sufocam em si a voz do mundo inteiro. Também se pode ser feliz assim; mas quando se chega a conhecer o outro, torna-se impossível seguir o caminho da maioria. O caminho da maioria é fácil, o nosso é penoso. Caminhemos.”

“Quando um animal ou um homem orienta toda sua atenção e toda sua força de vontade para determinado fim, acaba por consegui-lo.”

“Todos os homens buscavam a ‘liberdade’ e a ‘felicidade’ num ponto qualquer do passado, só de medo de ver erguer-se diante deles a visão da responsabilidade própria e da própria trajetória.”

“A felicidade é amor, só isto.
Feliz é quem sabe amar. Feliz é quem pode amar muito.
Mas amar e desejar não é a mesma coisa.
O amor é o desejo que atingiu a sabedoria.
O amor não quer possuir.
O amor quer somente amar.”

“A comunidade é uma coisa muito bela. Mas o que vemos florescer agora não é a verdadeira comunidade. (…) O que hoje existe é simplesmente o rebanho. Os homens se unem porque têm medo uns dos outros e cada um se refugia entre seus iguais: rebanho de patrões, rebanho de operários, rebanho dos intelectuais…E por que tem medo? Só se tem medo quando não se está de acordo consigo mesmo.”

“Antes me havia perguntado muitas vezes por que eram tão poucos os homens que conseguiam viver por um ideal. Agora percebia que todos os homens eram capazes de morrer por um ideal. Mas não por um ideal seu, livremente escolhido, mas por um ideal comum e transmitido.”

“Sempre é bom termos consciência de que dentro de nós há alguém que tudo sabe…”

Mesmo após cinquenta anos de sua morte, as obras de Hermann Hesse permanecem em livrarias do mundo todo, com mais de 125 milhões de cópias publicadas e traduzidas para mais de 60 idiomas.

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