Em novembro, uma verdadeira multidão de pequenos asteroides passou pela vizinhança terrestre sem que ninguém soubesse da existência deles até praticamente o último momento. Foram 18 objetos que cruzaram o espaço a uma distância menor que a da Lua e todos só foram identificados durante o próprio mês, um lembrete de como nosso Sistema Solar é muito mais movimentado do que parece.
O astrônomo amador Tony Dunn ficou tão impressionado com essa leva repentina de descobertas que transformou as órbitas desses asteroides em uma animação hipnotizante, mostrando o trajeto de cada um deles enquanto se aproximam da Terra e depois se dispersam novamente. No vídeo, a movimentação acelerada do Sistema Solar cria a impressão de um enxame de pequenas rochas vindo em nossa direção. Entre os destaques está o asteroide 2025 WV13, que pode ter o tamanho de uma casa e passou a cerca de 24 mil quilômetros do planeta, praticamente roçando nossa atmosfera em termos astronômicos.
Apesar da proximidade, nenhum desses visitantes representou perigo real. São corpos relativamente pequenos, o maior variando entre 12 e 28 metros. Objetos desse porte tendem a se desintegrar na atmosfera, produzindo clarões impressionantes como o famoso evento de Chelyabinsk, na Rússia, em 2013, que deixou danos materiais mas não causou mortes.
O ponto mais curioso é que todos esses asteroides foram detectados apenas dias antes de sua maior aproximação. Até hoje, menos de uma dúzia foi encontrada antes de realmente colidir com a Terra e sempre poucas horas antes do impacto. Por isso, mesmo uma margem de alguns dias já seria crucial caso um objeto desse tipo estivesse vindo direto para uma área povoada. E o ritmo de descobertas não para: depois que Dunn publicou a animação, no dia 29, outros três asteroides ainda passaram dentro da órbita lunar em novembro.
Embora o número impressione, novembro nem chega a ser recordista. Em outubro, por exemplo, 30 asteroides passaram mais perto da Terra do que a Lua, e nos últimos 12 meses já são 191 registros do tipo. Ainda assim, a nova simulação reforça a importância da vigilância constante: com tantos objetos cruzando nossa região do espaço, quanto antes forem detectados, maiores são as chances de evitar um problema sério.
Veja mais ciência!